A região Sul do país deve ser a mais afetada pelas baixas precipitações, e sentir os reflexos em diversos setores, como agricultura e abastecimento de represas
Quem não gosta de calor está diante de uma má notícia: o verão que iniciou nesta terça-feira (21), às 12h59min, será mais quente do que o habitual, além de seco, com pouca chuva e risco de estiagem no Rio Grande do Sul.
Tudo isso por causa do La Niña, que, desde a metade de outubro, age sobre o Oceano Pacífico Equatorial, aumentando as precipitações na área centro-norte do Brasil e, por outro lado, diminuindo em toda a região Sul do país.
A previsão é de que os termômetros fiquem um grau acima da média no Estado, mas podem chegar a dois graus e meio acima da média nas regiões Oeste e Noroeste, onde costuma fazer 34°C.
"Facilmente, bateremos a casa de 38°C em diversas cidades, em vários dias, durante a estação", adianta a meteorologista Carine Gama, da Climatempo.
E a chuva, quando cair sobre o Estado durante os próximos meses, mal terá tempo de aliviar o calorão:
"Vai chover, mas em pouca quantidade. Chove um dia e, depois, para. Quando a chuva acontecer, será irregular, com curto período de duração. Não teremos chuvas espalhadinhas, ocorrendo por todo o Estado. Até pode ter temporal, com enchente, alagamento, mas vai durar poucas horas".
O Centro e o Oeste serão as áreas mais afetadas pela baixa ocorrência de chuva, mas também poderá haver prejuízos para o Noroeste e o Sudoeste.
Para janeiro, a previsão é de volume de 100 milímetros abaixo do normal na metade Sul. Em fevereiro, o cenário piora para a Fronteira Oeste e o Extremo Sul, onde a chuva deve ficar entre 100 e 150 milímetros abaixo do esperado. Março será ruim para todas as regiões: a chuva será de 70 a 150 milímetros abaixo do normal em todo território gaúcho.
"Vai ser um desafio para diversos setores: abastecimento de água nas represas, agricultura", reconhece a meteorologista.