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Publicado em 25/08/2023 10:16:51 • Geral

Lixo espacial é visto em várias cidades gaúchas

Vídeos de uma luz cruzando o céu do Rio Grande do Sul circularam nas redes sociais
Imagem registrada pelo Observatório Espacial Heller & Jung

Vídeos de uma luz cruzando o céu de diversas cidades gaúchas circularam nas redes sociais entre a noite desta quinta-feira e início de sexta (25/8). O fenômeno foi registrado também pelo Observatório Espacial Heller & Jung, em Taquara (RS).

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De acordo com o professor Carlos Fernando Jung, diretor da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) na região sul e proprietário do observatório, a análise inicial indica que se trata da reentrada de um corpo de foguete russo na atmosfera terrestre. O material é considerado lixo espacial.

Conforme explicação de Jung, o foguete em questão seria o Soyus SL-4 R/B, lançado em 22 de agosto de 2023 no Cazaquistão. A informação preliminar é de que a parte que caiu seria o estágio superior do foguete.

Ainda de acordo com o especialista, a reentrada da estrutura na órbita terrestre estava prevista. A trajetória aproximada incluía a passagem desde a região do Uruguai, atravessando o Brasil até o Norte.

Dados do observatório mostram que o corpo de foguete entrou na atmosfera terrestre às 23h39min53s e ficou até 23h41min31s — ou seja, mais de um minuto.

Há relatos de usuários que afirmam ter avistado a forte luz no céu de cidades como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Nova Santa Rita, Taquara, Lajeado, Capão da Canoa, Montenegro, Bento Gonçalves, Vacaria, Cruz Alta e Santa Rosa. Há também registros da passagem no céu de Criciúma (SC).

Ainda não se sabe onde foi o final da trajetória e se ele caiu. O observatório seguirá analisando.

"Nossa atmosfera apresenta uma resistência a esses objetos (que retornam), então eles entram num processo de queima, vamos dizer assim. A temperatura é tão elevada que começam a se deteriorar, perder as partes, se desmanchar", explicou Jung em entrevista à Rádio Gaúcha na madrugada desta sexta-feira (25).

No entanto, segundo o professor, toda reentrada pode ser "perigosa", pois há materiais que podem ser resistentes ao processo de deterioração na atmosfera.

Sobre o retorno de materiais ao solo terrestre, o especialista esclarece que foguetes costumam levar estruturas como satélites, por exemplo, ao espaço. As partes que não são mais necessárias, que não ficariam em uso, começam a perder altitude e entram em órbita na volta do planeta. A altitude pode diminuir até chegar a um ponto em que a estrutura pode atingir o solo, dependendo da resistência que apresentar durante a passagem pela atmosfera.

"O risco sempre existe. Tem partes que são resistentes a esse processo, não se deterioram, não se fragmentam, inclusive, e caem no solo", finalizou Carlos Fernando Jung.

Fonte: GZH
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