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Publicado em 01/08/2025 13:05:49 • Agronegócio

Floração da canola impulsiona apicultura migratória

Lavouras estão 22% em floração, 4% em formação das síliquas e 74% na fase vegetativa
Foto: José Schäfer / Emater/RS-Ascar

As precipitações em volumes satisfatórios que ocorreram nos últimos períodos no Rio Grande do Sul restabeleceram os níveis de umidade do solo e beneficiaram o desenvolvimento da cultura da canola, cujas lavouras estão 22% em floração, 4% em formação das síliquas e 74% na fase vegetativa, favorecida pela alternância entre chuvas e dias ensolarados.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (31/07), as condições atuais das lavouras de canola exigem maior atenção por parte dos produtores gaúchos quanto ao monitoramento e controle preventivo de patógenos, apesar de que, no geral, não foram constatadas ocorrências relevantes de pragas ou doenças, o que contribui para o desempenho das lavouras.

O avanço das áreas de canola em fase de floração tem estimulado a atividade da apicultura migratória, e apiários têm sido deslocados para as proximidades das lavouras, visando ao aproveitamento das floradas para a produção de mel. As abelhas contribuem para a polinização cruzada das plantas, facilitando a fixação das flores e elevando o número de síliquas por planta e a produtividade final.

Para esta safra de inverno, a Emater projeta o cultivo de 203.206 hectares com canola, e produtividade de 1.737 kg/ha. Na região administrativa da Emater de Ijuí, houve recuperação no desenvolvimento vegetativo das plantas, que estão emitindo folhas vigorosas e maiores, resultando em cobertura eficiente do solo e redução da competição com plantas daninhas. Observa-se emissão simultânea do caule principal e de ramos secundários, o que proporciona uniformidade à lavoura e alto potencial produtivo. Estima-se que 75% das áreas estejam em fase vegetativa; 18% em floração; e 7% em formação e enchimento de síliquas. Embora o manejo inicial das plantas daninhas tenha sofrido atraso em algumas áreas, a posterior aplicação de herbicidas foi eficaz, sem prejuízos ao desenvolvimento da cultura.

Na região de Santa Rosa, 53% dos cultivos de canola estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 38% em floração e 9% em enchimento de grãos. As condições ambientais no período permitiram o avanço das práticas de manejo. Na de Soledade, o estado geral da cultura está satisfatório. As ações de manejo incluem monitoramento de pragas e tratamentos preventivos de doenças. Em diversas áreas, vêm sendo aplicados bioinsumos, como Trichoderma spp. e Bacillus subtilis para controle de patógenos, além de Beauveria bassiana no manejo de traça-das-crucíferas, entre outros agentes biológicos.

Trigo - A semeadura está tecnicamente encerrada. Restam apenas áreas pontuais, sem impacto significativo no andamento da safra. Assim, o cronograma de implantação manteve-se dentro da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), assegurando a conformidade técnica e a adequada condução da safra.

As precipitações em volumes significativos, distribuídas em todo o Estado, no final de semana passado (26 e 27/07), foram favoráveis para a cultura do trigo, uma vez que o mês de julho registrava predomínio de tempo seco, com acumulados pluviométricos insuficientes para repor a umidade do solo em profundidade. Em termos de manejo cultural, nos dias que precederam as precipitações, foram efetuadas adubações nitrogenadas em cobertura e controle de plantas daninhas em lavouras mais recentes - já finalizadas nas mais adiantadas. Também foram intensificadas as aplicações de fungicidas para evitar a proliferação de doenças, como manchas foliares. A área cultivada com trigo no Estado nesta safra está projetada pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares. A estimativa de produtividade está em 2.997 kg/ha.

Aveia-Branca - As precipitações contribuíram para a recomposição dos níveis de umidade no perfil e nas camadas mais profundas do solo. Esse aporte hídrico favorece o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da aveia-branca, em termos de expansão foliar, alongamento de colmos e enchimento de grãos, mantendo o potencial produtivo. A ampla janela de semeadura — que se estendeu da segunda quinzena de abril até o início de julho — resultou em lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento e hoje 78% da área estão em fase vegetativa, 16% em florescimento e 6% das lavouras estão em enchimento de grãos. A Emater/RS-Ascar projeta o plantio de 401.273 hectares, e produtividade de 2.254 kg/ha.

Cevada - As precipitações também contribuíram para a uniformização do desenvolvimento das lavouras de cevada, para a transição entre a fase vegetativa e a reprodutiva, e para o perfilhamento e a emissão de colmos, mantendo o potencial produtivo, o que permitiu a continuidade das práticas de manejo, especialmente a aplicação de fertilizantes, nitrogenados e potássicos, em cobertura.

FRUTÍFERAS

Morango - Na região administrativa da Emater de Caxias do Sul, a maturação dos frutos se acelerou, em razão da insolação e das temperaturas moderadas, aumentando levemente a produção em relação ao período anterior. As lavouras implantadas neste ano se desenvolvem bem e emitem novas flores. Foram realizados plantios. A sanidade geral das lavouras está adequada. Apesar do cenário ter melhorado nos últimos dias, a quantidade colhida pelos produtores ainda está insuficiente para atender de forma plena os mercados habituais. 

Na última semana, houve um considerável pico nas vendas e no preço do morango, especialmente de maior calibre, devido à popularidade do chamado "morango do amor", um morango coberto por brigadeiro branco envolto em uma calda de caramelo. O preço do quilo chegou a R$ 50,00 e segue em patamares elevados, em virtude da baixa produção e da elevada demanda local, pois é uma época de grande movimentação turística na Região das Hortênsias e na Serra. Assim, os agricultores estão adquirindo frutos de outros estados, o que eleva ainda mais os valores de venda: in natura direto aos consumidores, o quilo varia entre R$ 30,00 e R$ 40,00/kg; e congelado, de R$ 15,00 a R$ 20,00/kg. Já na Ceasa, os preços recebidos pelos agricultores ficaram entre R$ 25,00 e R$ 30,00/kg. 

Na região de Pelotas, a cultura do morango vem sendo prejudicada por baixas temperaturas, pouca insolação e alta umidade relativa do ar, o que limita o desenvolvimento, a floração e o tamanho dos frutos, além de favorecer doenças. A produção e os frutos estão menores, o que mantém os preços elevados: a R$ 30,00/kg em Turuçu e Morro Redondo; entre R$ 30,00 e R$ 40,00 em Rio Grande; e entre R$ 35,00 e R$ 45,00 em Pelotas e Capão do Leão. Já na região de Soledade, a restrição de radiação solar, principalmente na Região do Baixo Vale do Rio Pardo, tem atrasado a formação e a maturação de frutos, bem como afetado o sabor. A oferta e a demanda do produto estão em equilíbrio. O preço varia de R$ 20,00 a 25,00/kg.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Nos campos nativos, houve redução da oferta de volumosos e perda de qualidade, em razão do excesso de fibra e do baixo valor nutricional. Já nas áreas de campo nativo melhorado, o desenvolvimento está adequado, possibilitando o pastejo dos animais. As pastagens de verão estão praticamente indisponíveis. Nas pastagens cultivadas, a oferta ficou limitada pelo atraso na semeadura e por fatores climáticos. Contudo, as espécies de inverno se recuperam de forma gradual, favorecidas pela elevação da temperatura e pela maior luminosidade e disponibilidade de umidade no solo, proporcionando melhor qualidade e aproveitamento para o pastejo. 

BOVINOCULTURA DE CORTE - Houve grande variação na condição corporal dos rebanhos. Nos animais mantidos somente em campos nativos, ocorreu redução de peso. Já os animais criados em pastagens cultivadas, restevas ou sistemas de ILP tiveram melhor desempenho. O uso de sal proteinado e de pastagens diferidas contribuiu para manter o escore corporal em algumas propriedades. Foram realizados diagnósticos de gestação, com descarte de vacas vazias. O período de parições resultou em terneiros com bom peso ao nascer. A sanidade segue, em geral, adequada, com prioridade de alimentação para reprodutores e matrizes gestantes. 

BOVINOCULTURA DE LEITE - A produção de leite apresentou estabilidade na maior parte das regiões. Em algumas áreas beneficiadas pela oferta de forragens de qualidade e pelas melhores condições climáticas, houve incremento. Nas criações a pasto, foi oferecida suplementação com concentrados energéticos, como silagem e feno. O estado corporal e sanitário dos rebanhos está satisfatório. As condições climáticas favoreceram o conforto térmico e o bem-estar dos animais, reduzindo problemas de casco e facilitando a ordenha. 

Fonte: Adriane Bertoglio Rodrigues / Emater/RS-Ascar
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