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Publicado em 18/09/2020 17:42:03 • São Pedro do Butiá

Um santuário para capivaras

Sítio das Capivaras, em São Pedro do Butiá, abriga esta espécie originária da América do Sul
Sítio das Capivaras fica na Linha Taipão, em São Pedro do Butiá (Foto: Luis Henrique Franqui)

As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris, da família Caviidae) são mamíferos roedores que têm corpo rigoroso, coberto de pelos de predomínio marrom. Calmas e dóceis, quando domesticadas, precisam de ambiente aquático para se reproduzir ou, ainda, para se esconderem de possíveis predadores. Ao mesmo tempo, andam tranquilas sobre gramados e terra.

Em São Pedro do Butiá (RS), mais precisamente na Linha Taipão, é possível ver de perto esta espécie nativa da América do Sul. A distância do pórtico da entrada do município até a propriedade rural que mantém as capivaras amansadas confere, aproximadamente, 10 quilômetros via estrada de chão, sinalizada com placas.

O Sítio das Capivaras, de propriedade de Gervásio Ludwig, é aberto à visitação. O contato com os mamíferos é possível, na presença do proprietário que, além de dar atenção ao visitante, com seu jeito agradável e solícito, apresenta dados sobre a espécie, as suas características, incluindo o seu comportamento social e histórico.

O sítio abriga cerca de 100 capivaras, sendo um macho dominante, fêmeas adultas, seus filhotes já crescidos e neonatos, em ambiente semiaquático - andando em grupos, alimentando-se de capim, gramíneas, cana-de-açúcar, milho; e nadando, em busca de plantas aquáticas e refresco para o corpo.

As capivaras são muito férteis. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre o décimo e o décimo segundo mês de vida, sendo que uma gestação dura 120 dias. Já o macho se torna maduro sexualmente, entre o décimo quinto e o vigésimo quarto mês. Tem uma glândula olfativa, que fica sobre o focinho - o que, além de o distinguir da fêmea, permite que, com a substância esbranquiçada e pegajosa que fica nesta região, marque território e domínio sobre a manada.

Em visita ao Sítio das Capivaras, na sexta-feira (11), com atenção aos cuidados que o momento de pandemia exige, foi possível ver uma capivara protegendo filhotinhos, à sombra de uma árvore que beira a lagoa do local, no entorno do rio Ijuí. Com a proximidade das pessoas, a mesma adentrou com tranquilidade na água e, em seguida, um a um, os filhotinhos seguiram a fêmea adulta, demonstrando que o fato de terem nascido há algumas horas, não representava desconforto e nem embaraço para o nado. Segundo o proprietário, é assim que vivem o seu dia a dia: em agrupamento, adaptadas ao ambiente, ativas durante o dia, dominadas pelo macho, que não aceita perder a sua posição.

As capivaras têm cauda e orelhas pequenas, em relação ao corpo volumoso. Adultas, emitem sons semelhantes a um breve latido, como um chamado de alerta, quando se percebem frente a provável perigo. Já os filhotes emitem guinchos, quando afastados da mãe, ou do grupo. Estas formas de comunicação não as mostram poucos sociáveis; ao contrário, o seu repertório acústico as fazem ainda mais atraentes.

Segundo Ludwig, as capivaras atingem grande porte, podendo pesar 60kg ou mais e chegar aos 60cm de altura. Mas não oferecem perigo, desde que a aproximação seja cautelosa. Oferecer milho a elas se tornou uma particularidade de quem deseja confinidade. Foi com muita paciência e com a oferta desta semente que, há 14 anos, ele foi se familiarizando com a primeira família de mamíferos roedores e pode firmar uma relação de segurança e integração: "Hoje são animais de estimação". Em meio à alegria dos visitantes que apreciam e brincam com as capivaras, ecoa a pergunta de quem se sente feliz e realizado: "Quer dar milho pra elas?".

É certo que a visitação ao Sítio das Capivaras compreende atração ímpar, da região das Missões. O sítio tem aproximadamente 25 hectares e oferece, ainda, o contato com uma área verde, com um habitat de aves de diferentes espécies e outros animais, que atraem a atenção dos visitantes.

Visitas podem ser agendadas pelo WhatsApp: (55) 9.9914.5525

Fonte: Ana Clara Schneider Ribeiro, graduanda em Jornalismo pela UNIPAMPA - Campus São Borja
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