As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris, da família Caviidae) são mamíferos roedores que têm corpo rigoroso, coberto de pelos de predomínio marrom. Calmas e dóceis, quando domesticadas, precisam de ambiente aquático para se reproduzir ou, ainda, para se esconderem de possíveis predadores. Ao mesmo tempo, andam tranquilas sobre gramados e terra.
Em São Pedro do Butiá (RS), mais precisamente na Linha Taipão, é possível ver de perto esta espécie nativa da América do Sul. A distância do pórtico da entrada do município até a propriedade rural que mantém as capivaras amansadas confere, aproximadamente, 10 quilômetros via estrada de chão, sinalizada com placas.
O Sítio das Capivaras, de propriedade de Gervásio Ludwig, é aberto à visitação. O contato com os mamíferos é possível, na presença do proprietário que, além de dar atenção ao visitante, com seu jeito agradável e solícito, apresenta dados sobre a espécie, as suas características, incluindo o seu comportamento social e histórico.
O sítio abriga cerca de 100 capivaras, sendo um macho dominante, fêmeas adultas, seus filhotes já crescidos e neonatos, em ambiente semiaquático - andando em grupos, alimentando-se de capim, gramíneas, cana-de-açúcar, milho; e nadando, em busca de plantas aquáticas e refresco para o corpo.
As capivaras são muito férteis. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre o décimo e o décimo segundo mês de vida, sendo que uma gestação dura 120 dias. Já o macho se torna maduro sexualmente, entre o décimo quinto e o vigésimo quarto mês. Tem uma glândula olfativa, que fica sobre o focinho - o que, além de o distinguir da fêmea, permite que, com a substância esbranquiçada e pegajosa que fica nesta região, marque território e domínio sobre a manada.
Em visita ao Sítio das Capivaras, na sexta-feira (11), com atenção aos cuidados que o momento de pandemia exige, foi possível ver uma capivara protegendo filhotinhos, à sombra de uma árvore que beira a lagoa do local, no entorno do rio Ijuí. Com a proximidade das pessoas, a mesma adentrou com tranquilidade na água e, em seguida, um a um, os filhotinhos seguiram a fêmea adulta, demonstrando que o fato de terem nascido há algumas horas, não representava desconforto e nem embaraço para o nado. Segundo o proprietário, é assim que vivem o seu dia a dia: em agrupamento, adaptadas ao ambiente, ativas durante o dia, dominadas pelo macho, que não aceita perder a sua posição.
As capivaras têm cauda e orelhas pequenas, em relação ao corpo volumoso. Adultas, emitem sons semelhantes a um breve latido, como um chamado de alerta, quando se percebem frente a provável perigo. Já os filhotes emitem guinchos, quando afastados da mãe, ou do grupo. Estas formas de comunicação não as mostram poucos sociáveis; ao contrário, o seu repertório acústico as fazem ainda mais atraentes.
Segundo Ludwig, as capivaras atingem grande porte, podendo pesar 60kg ou mais e chegar aos 60cm de altura. Mas não oferecem perigo, desde que a aproximação seja cautelosa. Oferecer milho a elas se tornou uma particularidade de quem deseja confinidade. Foi com muita paciência e com a oferta desta semente que, há 14 anos, ele foi se familiarizando com a primeira família de mamíferos roedores e pode firmar uma relação de segurança e integração: "Hoje são animais de estimação". Em meio à alegria dos visitantes que apreciam e brincam com as capivaras, ecoa a pergunta de quem se sente feliz e realizado: "Quer dar milho pra elas?".
É certo que a visitação ao Sítio das Capivaras compreende atração ímpar, da região das Missões. O sítio tem aproximadamente 25 hectares e oferece, ainda, o contato com uma área verde, com um habitat de aves de diferentes espécies e outros animais, que atraem a atenção dos visitantes.
Visitas podem ser agendadas pelo WhatsApp: (55) 9.9914.5525