


Na manhã desta sexta-feira (16), morreu o Dr. Ladislau Cochlar Júnior, defensor público aposentado, aos 79 anos de idade.
Ele estava internado em Porto Alegre, mas residia em Dois Irmãos.
O velório está acontecendo na Capela 2 do Crematório Metropolitano, na capital do estado, e segue até às 19h.
Logo em seguida vai acontecer a cerimônia de cremação.
Ladislau deixa enlutadas duas filhas e cinco netos, além de demais familiares e amigos.
A esposa, Nicia Chiarello Cochlar, havia falecido em maio deste ano, aos 76 anos.
TRAJETÓRIA
Em agosto de 2018, Ladislau concedeu uma entrevista ao site da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (ADPERGS).
A carreira do Dr. Ladislau Cochlar Junior começou de maneira inusitada, quando decidiu cursar Direito devido a uma contrariedade às pessoas que o aconselhavam e diziam que "ideal não enche barriga".
"Eu achava que a advocacia era uma missão, ao contrário do que me diziam estes pessimistas. Cursei Direito e não me arrependo, faria tudo novamente", explicou na época.
Natural de São Luiz Gonzaga, Ladislau estudou em Passo Fundo, iniciando sua carreira na Comarca de Cerro Largo, onde residiu por muitos anos, como Solicitador Acadêmico - cargo de estudante de Direito habilitado a exercer funções de procurador, com certas limitações, previstas por lei.
Ele contou que estudava processos antigos e concluídos, sob orientação do então escrivão, Octávio de Oliveira Sanches, para buscar experiência, já que naquela época não havia estágios.
"Os códigos passaram a ter uma outra feição para mim. A partir da prática, comecei a entender mais como as coisas eram", explicou.
Logo recebeu sua primeira nomeação como advogado dativo, numa ação possessória. E assim seguiu atendendo em Cerro Largo, Roque Gonzales, São Paulo das Missões e Porto Xavier.
No seu terceiro mês de trabalho, foi chamado pelo Juiz Substituto para fazer um júri em Guarani das Missões. "Mais assustado do que com coragem, fui. Fiz a defesa segurando e desengatando o encosto de uma cadeira. A absolvição da ré atribuo até hoje à Santa Rita de Cássia, Santa das Causas Impossíveis", comentou.
Em 1982, surgiu um convite vindo do Procurador Geral do Estado, Mario Cesta, para ser assistente judiciário, cargo que Ladislau aceitou.
Por sempre estar ligado a aspectos sociais e depois de ter muitas dúvidas em relação a seguir ou não na Defensoria, em 1994 assumiu como Defensor Público. Ele comenta que, no início, trabalhava em Dois Irmãos, sendo também designado para a Vara do Júri de Novo Hamburgo e à Comarca de Sapiranga.
Depois de atuar como vice-presidente da ADPERGS entre 1995 e 1998, Ladislau assumiu a presidência da entidade em 1998, permanecendo no cargo até 2002.