


José Roque e Anita Frohlich estão casados há 53 anos.
E neste período sempre moraram no mesmo local, na Esquina Sandri Moscon, onde criaram seus três filhos. Ou seja, são colonos a vida toda.
E nos 39 hectares da propriedade, o casal coloca em prática o lema que sustenta a agricultura familiar: diversificação. Plantam e criam de tudo, para subsistência e também como atividade econômica.
SUCESSÃO
A mesma dificuldade enfrentada por outras famílias rurais, é encontrada nos Frohlich: a sucessão.
O filho Ricardo é bancário e mora em Curitiba (PR). Luis Matias é comerciante em Entre-Ijuís. E Adriane é dona-de-casa em Santo Ângelo.
Ou seja, no momento nenhum deles pensam em assumir a atividade agropecuária da família.
DIVERSIFICAÇÃO
Juca Frohlich, como é popularmente conhecido, está com 79 anos e segue firme na lida. "Eu não posso parar", lembrando que manter-se ativo é fundamental para uma vida saudável.
"Ainda farei a próxima plantação de milho. Mas na safra de soja, passarei a lavoura para terceiros", adianta Juca. Como ele mesmo reitera, não está nos planos parar de trabalhar e seguirá com a criação de gado (30 cabeças) e ovelhas (30 cabeças).
Há alguns anos, aproveitando um pequeno contratempo com o laticínios do qual era fornecedor, ele interrompeu a produção de leite. Agora, Frohlich dedica-se ao gado de corte.
Na propriedade, junto com a esposa Anita, 73 anos, é cultivado de tudo: hortaliças, legumes, frutas, mandioca, milho, moranguinhos, etc, além de criar suínos e frangos para consumo próprio. "Cozinhar com banha é muito mais gostoso. E um frango caipira não pode faltar", diz.
O agricultor tem ainda uma especial predileção pela produção de mel, em 31 caixas de abelhas e outras 15 colmeias de abelhas sem ferrão (jataí, mirim, etc). "Eu mesmo produzo o própolis, que é um produto natural muito bom para a saúde", conta Juca.
BEZERROS GÊMEOS
Semana passada, na segunda-feira (13), uma vaca Jersey de 12 anos deu cria a bezerros gêmeos. A cruza foi com um touro da raça Brahman e nasceram dois machinhos, um com pelagem vermelha (da vaca) e outro com pelagem branca (do touro).
"Essa vaca é muito boa de leite, mas nunca consegui uma novilha dela, pois sempre nasceram machos", diz Frohlich.
Apesar de prenhez dupla, o parto foi tranquilo. "Quando nos damos conta, os bezerros estavam ao lado da vaca, mamando", conta.
Foi a primeira vez que nasceram bezerros gêmeos na propriedade. "Ovelha parir três cordeiros já aconteceu aqui, mas bezerros gêmeos é uma novidade", lembra.
Especialistas afirmam que é raro uma vaca parir dois bezerros do mesmo sexo (cerca de 0,5% de probabilidade). E se forem de sexo opostos, a chance é de um em cada 100 mil partos.