Preparado para o verão de recordes de temperatura? Do que depender dos drinques, estaremos refrescados. E uma das maiores apostas deste e de outros verões vem em borbulhas.
Para quem não busca grandes complicações entre copos, coqueteleiras e colheres bailarinas, a solução vem da Itália, direto do século 19.
Prosecco + aperitivo amargo + água com gás, em proporção 3:2:1. Decorou?
Bem-vindos ao mundo dos Spritz - e para quem pensa que só Aperol entra na dança, abram alas para Campari, Cynar, entre outros.
Como explica Kennedy Nascimento, o spritz tem origem no Vêneto, na Itália, de onde vem o Prosecco. Ao que consta, soldados austríacos que ocupavam a região de Veneza diluíam o vinho local com um "spritz" (alemão para "splash") de água com gás para torná-los mais leves e mais saborosos.
Esse hábito foi adotado pelos venezianos, que adicionaram uma variedade de ingredientes, incluindo aperitivos à base de ervas, licores, vinhos fortificados e depois com outras bebidas aperitivas como bitters e amaros.
Na década de 1950, o Aperol Spritz (uma receita criada pelos irmãos proprietários do Aperol) entrou em cena e tem sido um dos drinques mais vendidos ao redor do mundo.
Hoje é fácil ver o drinque laranjinha nas praias do Mediterrâneo aos quiosques do litoral brasileiro.
Se estamos falando de Itália, as borbulhas têm nome e sobrenome: o Prosecco é a bebida que mais influencia no sabor final de um spritz em termos de equilíbrio de sabor, segundo Kennedy.
Se este vinho é muito doce ou tem um sabor muito pronunciado, ele se sobrepõe e não harmoniza com os outros elementos. Pelo perfil de sabor delicado e equilíbrio de acidez, o o bartender recomenda o Mionetto.
Prosecco é perfeito para trazer refrescância e equilíbrio de acidez para diversos tipos de drinques. Dos clássicos, temos várias receitas que complementam a receita básica de destilado, limão e açúcar com um toque de prosecco para trazer as bolhas que ajudam a destacar ainda mais os sabores dos outros ingredientes.
A colunista confessa: Aperol nunca foi a minha praia, mas é inegavelmente o mais popular entre os brasileiros - e também entre os italianos. E se também não é sua, não desista dos Spritz.
Outros tipos de amaros e aperitivos podem ser usados para fazer um Spritz com essa combinação de bebidas aromáticas amargas, garante Kennedy.
Conhece o Hugo Spritz? Do norte da Itália, esse drinque é leve e floral, feito com cordial ou licor de flor de sabugueiro, hortelã, Prosecco e água com gás. E o Bicicletta? Outro clássico italiano, que combina Campari com Prosecco e água com gás.
E outro que pode se encaixar nessa categoria é o percursor do Negroni, o Americano, que combina Campari, vermute doce e Prosecco.
Aqui mesmo na coluna já falamos de outro dos Spritz, o Negroni Sbagliato, cuja casa criadora Siga o Copo conheceu ano passado em Milão.
Ainda não são tão populares por não ter o marketing de uma marca por trás, mas existem vários clássicos esquecidos com grandes receitas e histórias por trás. Aliás, esses são meus favoritos, diz Kennedy. (#tmj, colega)
Kennedy indica ainda um outro spritz, criação sua para a Mionetto, cuja receita você acompanha abaixo:
Ingredientes:
30 ml de Cynar
30ml de vermute doce italiano
50ml de água com gás
50ml de Prosecco Mionetto
Modo de preparo:
Em uma taça de vinho cheia de gelo, adicione o aperitivo, vermute, água com gás e complete com Prosecco Mionetto. Decore com meia fatia de laranja bahia.
(*) Filme sugerido para harmonização com essa coluna: A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino.