O número de mortos pelas chuvas no Rio Grande do Sul já chega a 95 em todo o estado, de acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB-RS), que apresentou um balanço atualizado da tragédia, no início da tarde de terça-feira (7/5), em coletiva de imprensa realizada em Porto Alegre. Ainda segundo o governo, há registro de 131 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,4 milhão de pessoas até agora.
De acordo com o governador, há 401 municípios afetados pelas chuvas, número quatro vezes maior do que na última catástrofe, em setembro de 2023. Ao todo, há 48.799 pessoas em abrigos, 159.036 desalojados, e 372 pessoas feridas socorridas.
Em seu comunicado, Eduardo Leite apresentou uma previsão meteorológica que mostra que a situação tende a se agravar ainda mais nas próximas horas. Até domingo, o estado deve enfrentar temporais, ventos fortes, novas enchentes, granizo e uma onda de frio, que representa um risco ainda maior para desabrigados.
— Ainda estamos num período difícil — introduziu o governador. — Já para essa quarta-feira, a sala de situação que faz análises meteorológicas aponta uma frente fria que está se deslocando pelo estado e que deve provocar temporais generalizados, em todas as regiões. Atenção para descargas elétricas, granizo e rajadas de vento de até 100km/h. E, à noite, as temperaturas devem despencar. Tem muita gente desabrigada ou até na água ainda e isso é uma preocupação nossa: essas pessoas precisam ser protegidas. Já na noite de quarta e na quinta-feira, há previsão de temperaturas entre 5 e 11 graus no Centro-Sul e chuva forte no Sul do estado.
Os especialistas apontam que a frente fria passará por todo o estado elevando o risco de temporais. A condição é mais expressiva ainda na metade Oeste do RS.
— Há projeção entre sexta-feira e domingo de chuvas muito fortes com incidência nos rios que já se elevaram. Estamos monitorando isso, mas já faço desde já um apelo às pessoas: evitem essas localidades de risco. Não é hora ainda de voltar para casa, de estar em lugares atingidos. Há projeção de que as chuvas podem gerar novos dias de fortes inundações, inclusive nas áreas do Vale do Taquari e na Serra Gaúcha, tendo reflexos depois na Região Metropolitana de Porto Alegre — acrescentou Eduardo Leite. — É um momento de grande dificuldade, mas estamos muito dedicados a restabelecer os serviços e manter o estado funcionando para superarmos esses desafios que temos pela frente.
Questionado sobre o que o governo estadual planeja para evitar novas tragédias a partir da previsão para os próximos dias, o governador reforçou que o principal objetivo é evitar que pessoas estejam presentes nas áreas de risco.
— A primeira estratégia é o alerta: fazer a população entender a gravidade do que já aconteceu e do que vem pela frente ainda. A nossa grande preocupação é não termos pessoas em áreas de risco e sustentarmos os serviços básicos dentro dessas condições, com abastecimento de água, saneamento, energia elétrica, alimentos e, em função do frio, cobertores e roupas de inverno são muito bem-vindos nas doações também. Também já pedi colaboração técnica a companhias de outros estados, como São Paulo, para forcarmos em restabelecer a energia e drenagem urbana.