


A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), emitiu contrato com 42 agricultores familiares de Campina das Missões que realizaram financiamento de sistemas de irrigação.
As obras, já implantadas nas propriedades rurais com suporte técnico da Emater/RS-Ascar, têm amparo financeiro da Política de Expansão da Agropecuária Irrigada Mais Água, Mais Renda, sob a coordenação da Seapdr.
De 2012 até julho deste ano o Mais Água, Mais Renda contribuiu para irrigar 175,67 hectares no município. Os recursos aplicados pelo programa Mais Água, Mais Renda, foram financiados pelos agentes de crédito e somam o valor de R$ 1.731.668,90, atendendo às 42 propriedades rurais.
O extensionista rural da Emater de Campina das Missões, Valmir Thume, destaca, contudo, que "a irrigação é apenas uma ferramenta, ela deve ser associada a outros fatores e tecnologias, como a correção do solo, manejo do solo, adubação, momento certo para irrigar e até a sucessão rural", comentou, ao lembrar que "são detalhes que permitem, no longo prazo, resultados extraordinários".
Em relação à captação de água do total de projetos, 11 são de captação direta de rios e 31 têm a captação de açudes. Por meio do programa foram construídos 28 açudes para reservação de água. Com isso, Campina das Missões ampliou em 13,7 hectares sua área alagada de açudes, com um volume de água armazenado de 248.872 m³.
O extensionista Antônio Jung avalia o andamento do programa Mais Água, Mais Renda como muito importante, fazendo a diferença na vida de mais de 40 famílias locais. "Todos os programas de governo são bons e sempre precisam estar ajustados. Nesse sentido as parcerias são fundamentais, e se destacam a Prefeitura, a empresa que fornece energia elétrica e a que fornece equipamentos. O uso da ferramenta irrigação é importante para potencializar a produtividade das culturas e criações", afirma, ao lembrar que a Emater/RS-Ascar está à disposição para a elaboração de projetos técnicos.
Características dos sistemas adotados
Os sistemas implantados são todos por aspersão, sendo oito automatizados, que abrangem uma área de 35,55 hectares, no total, o que corresponde a 20,23% da área irrigada e 25,32% dos recursos aportados para a irrigação. Os outros 33 sistemas instalados são convencionais e contemplam 129,12 hectares, correspondendo a 73,5% da área irrigada e 69,17% dos recursos financeiros. Também foi instalado um sistema autopropelido, com capacidade para irrigar 11 hectares.
Do total da área irrigada, 45,46 hectares possuem fertirrigação, "importante estratégia para diminuir o tráfego intenso de máquinas agrícolas e, consequentemente, a compactação do solo e os custos", comenta Jung.
Em relação à ocupação do solo, na área irrigada, 31 hectares são utilizados para a cultura do milho, 23 hectares são destinados à soja e 0,1 hectare utilizado para produção de hortaliças. A principal finalidade é a irrigação de pastagens perenes e anuais, compreendendo 133,57 hectares. "Após a instalação do sistema de irrigação percebi que estou produzindo mais volume de pasto por hectare, comparado a quando não tinha o sistema, sem contar que nos períodos de escassez de chuva se garante a manutenção da produção leiteira", afirma o produtor Jandir Konzen, da Linha Butiá Sul.
Já em relação à produção de grãos Paulo Afonso Webler e Edemir José Zenzen destacam as produtividades obtidas nas culturas de milho, soja e trigo. "Nunca colhemos tanto por hectare. No milho chegamos a mais de 200 sacas por hectare, soja mais de 80 sacos por hectare na safra e 62 sacos por hectare na safrinha e trigo produtividade próxima a 80 sacos por hectare. Com a área cultivada de soja na safrinha será possível pagar a parcela", destaca Webler.
Para Zenzen, o sistema de fertirrigação diminuiu custos significativos, como o transporte de dejetos e o tempo dispendido para a realização do serviço. "Só com o valor que era gasto por ano no transporte de dejetos podemos pagar a prestação que temos anualmente, sem contar as maiores produtividades. Destaco o trabalho realizado pela Emater na elaboração do projeto, na execução e no acompanhamento, que foram fundamentais para o êxito do projeto", afirma.
Os motores utilizados para levar água até as áreas irrigadas em três propriedades são a diesel e 39 motores elétricos, trifásicos, bifásicos e monofásicos. Outro ponto importante é a tarifa diferenciada para produtores que optaram em realizar a irrigação no horário compreendido entre 21h e 6h, o que reduz consideravelmente o custo do turno de rega, ou seja, o valor gasto pelo motor por hora de funcionamento. A opção por investir nesta tarifa diferenciada foi adotada por 25 produtores.
Subvenção da Seapdr
No início deste mês, 19 produtores assinaram os contratos de subvenção, sendo que serão devolvidos, pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul através da Seapdr, 20% do valor financiado pelo agricultor, sendo 10% após a quitação da primeira prestação e outros 10% após o produtor pagar a 10ª e última parcela no banco.
No período do ano de 2012 a 2020 os projetos de irrigação no programa Mais Água, Mais Renda somam R$ 1.731.668,93 contratados por agricultores de Campina das Missões e será devolvido aos produtores o valor de R$ 346.337,79.