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Publicado em 25/11/2023 08:49:46 • Meteorologia

E o verão? Será ainda mais quente?

O que a climatologia e as projeções dizem sobre o temido verão de 2024 no Brasil
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Freepik)

O Brasil enfrenta a sua primavera mais quente já observada, com sucessivas ondas de calor e recordes de temperatura de mais de um século em diferentes cidades. Desde a metade do ano, conforme levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia, o país enfrenta uma sucessão de meses mais quentes da série histórica na média nacional.

A chamada primavera meteorológica, trimestre compreendido pelos meses de setembro a novembro, terminará em 2023 com três ondas de calor que reescreveram a estatística climática brasileira, o que confirmou as projeções dos modelos de clima que por meses indicavam que a estação teria temperatura acima a muitíssimo acima da média tanto no Centro-Oeste como no Sudeste do Brasil.

 

Consumo recorde de energia

Com a onda de calor extremo, o consumo de energia no Brasil bateu recorde por dois dias seguidos e pela primeira vez na história superou a marca de 100.000 MW. Os números do Operador Nacional do Sistema mostraram um aumento de 16,8% na carga, se considerada a demanda atendida nos primeiros dias de novembro, passando de 86.800 MW para 101.475 MW.

 

Primavera tem mais calor extremo que o verão em vários estados

O calor extraordinário dos últimos dias fez com que muitos comentassem sobre o que pode vir no verão com temperaturas ainda mais altas. “Se está assim agora, imagina no verão”, foi o que mais se leu nas redes sociais. Mas o Brasil é um país de dimensões continentais e as suas características climáticas não são idênticas em todo seu território. Assim, em princípio, a primavera quente para a maioria das áreas não é um indicativo de que calor será ainda maior nos meses do verão.

Por quê? No Norte, por exemplo, o que é verão na maior parte do Brasil é o que se chama de inverno amazônico, a estação chuvosa, o que impede tantos extremos de temperatura alta. No Centro-Oeste e no Sudeste, os meses do verão são os mais chuvosos do ano com instabilidade frequente que dificulta ondas de calor prolongadas, como as da primavera deste ano, associadas a um bloqueio atmosfér

 

Onde o calor deve ser pior no verão que na primavera

A previsão da MetSul Meteorologia indica um verão de temperatura acima a muito acima da média na maior parte do Brasil em 2024. Com menos chuva do que o habitual, o Centro do país e áreas do Norte e do Nordeste podem anotar temperaturas mais altas ou muito mais elevadas do que o habitual, mas não necessariamente tão extremas como desta primavera em áreas como o Centro-Oeste, interior de São Paulo e Minas Gerais.

Todos os modelos de clima indicam temperatura acima a muito acima da média para o trimestre de verão no Brasil com os desvios mais positivos persistindo no Centro-Oeste e no Sudeste ante a tendência de chover menos do que o habitual em vários pontos das duas regiões.

Os estados do Sul e o Rio de Janeiro estão entre as áreas do Brasil que devem ter um verão muito mais quente do que a primavera, até porque o excesso de chuva durante os últimos meses reduziu o número de dias quentes e com calor muito intenso no Sul do país.

Nenhuma região do Brasil, contudo, tem risco tão alto de dias de calor muito intenso a extremo como o Sul. Isso porque, diferentemente de grande parte do país, os estados mais ao Sul, em particular o Rio Grande do Sul, não possuem os seus extremos anuais de calor modulados por chuva.

Diferentemente do Sudeste e do Centro-Oeste, que possuem meses muito secos em quase nada chove (inverno) e outros de muita chuva (verão), a maior parte do Sul do Brasil não tem diferenças enormes em suas médias de chuva entre o verão e o inverno, com maior regularidade na precipitação anual, exceção de áreas do Paraná.

O verão de 2024 se desenha quente com temperatura acima da média no Sul do país. Diferentemente do período de 2020 a 2023, sob La Niña, que favoreceu estiagens em todos os verões, o verão próximo deve ter mais chuva e umidade, o que vai significar um maior número de dias abafados com noites mais quentes e maior frequência de tempestades de verão.

As piores ondas de calor da história do Rio Grande do Sul, de 1917, 1943 e 2022, se deram todas sob La Niña. Isso porque o fenômeno reduz muito a chuva e a seca favorece períodos quentes muito prolongados, com tempo seco e calor se retroalimentando em bolhas de calor. Foi o que ocorreu em janeiro de 2022 com 15 dias seguidos acima de 40ºC no estado gaúcho.

Mas onda de calor também ocorrem no Sul durante o El Niño. Um exemplo é o verão de 2010, no El Niño de 2009-2010, quando o Rio Grande do Sul enfrentou uma forte onda de calor. Além das máximas extremas, o que foi destacado no episódio de calor de 2010 foram as mínimas muito altas com maior umidade. O recorde de maior mínima oficial de Porto Alegre, de 27,9ºC, é de 2 de fevereiro de 2010.

Mesmo com máximas inferiores às ondas de calor de 2014 e 2022, a onda de calor do verão de 2010 teve noites mais quentes e dias mais úmidos, o que contribuiu para índices de calor (sensação térmica) opressivos naquele episódio, especialmente em finais de tarde e durante a noite.

Fonte: MetSul Meteorologia
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