O Dia Nacional do Plantio Direto é uma realidade. Sancionada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a Lei 14.609, de 20 de junho de 2023, oficializou o dia 23 de outubro como uma importante referência para a agricultura sustentável no Brasil.
Subsidiaram a promulgação os significativos préstimos que a Sistema Plantio Direto (SPD) vem, há mais de 50 anos, gerando para a atividade agrícola brasileira. Tecnicamente falando, o Plantio Direto lá no início tinha como principal objetivo não revolver mais o solo para combater a erosão, mas este evoluiu para o SISTEMA Plantio Direto que representa, além do não revolvimento do solo, a manutenção permanente de cobertura do solo e a rotação e diversificação de culturas, incluindo culturas de cobertura. Em termos de produção, significa economia de recursos e maiores eficácia e sustentabilidade produtiva. Porém, há também aspectos não mensuráveis resultantes do uso continuado do sistema, dentre os quais estão a preservação de recursos naturais, como água e solo, e a busca por uma relação de maior respeito e equilíbrio ao meio ambiente que envolve e suporta os campos de produção. Benefícios que, do campo, produzem efeitos diretos nas cidades.
Para o deputado federal Afonso Hamm (Progressistas), autor do projeto, "em primeiro lugar, é importante falar sobre a importância da data para o país e para o agro. A Lei 14.609 vem de um Projeto de Lei no qual trabalhei ao longo de muitos anos, sendo provocado e subsidiado pela FEBRAPDP e, também, pelo Clube do Plantio Direto, que já não está mais em atividade, mas era repleto de colegas produtores e colegas engenheiros agrônomos. O SPD é uma revolução no sistema produtivo da agricultura brasileira e, consequentemente, do mundo inteiro. A importância dessa lei na valorização de um sistema produtivo que está em sintonia absoluta e extremamente positiva com o aspecto ambiental. Ele atua para formar cobertura de solo, combater a erosão, permitir a rotação de culturas, evitar a lixiviação do solo e o assoreamento dos rios, sempre agindo beneficamente com a macro e microfauna do solo e diminuindo das emissões dos gases do efeito estufa, entre outros".
Antes da adoção do plantio direto, os agricultores frequentemente aravam a terra diversas vezes para conseguir fazer o plantio. Durante os dias de chuvas, ocorriam erosões, resultando não apenas na perda de uma parte da colheita, mas também no empobrecimento do solo a cada chuva intensa.
Hernandes Kanai, engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural, esclarece que a camada mais valiosa do solo é a superfície, onde se concentra a fertilidade. Portanto, segundo ele, a perda dessa camada implica na perda da fertilidade do solo.
A técnica foi implantada no país pelo produtor rural Herbert Bartz. Segundo a Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, ele conheceu a técnica nos Estados Unidos e, em 1972, deixou de lado a tradição do plantio convencional para semear alimento em cima de palha em Rolândia, no Norte do Paraná.
Bartz importou máquinas e plantou soja em 200 hectares sobre restos de caules, hastes, folhas das lavouras recém-colhidas. Ele faleceu em 2021, mas deixou o nome marcado na história da agricultura brasileira.
Com a nova estratégia os agricultores viram as erosões e os custos para semear as lavouras diminuir, além de ganharem um solo mais saudável.