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Publicado em 04/02/2024 16:18:18 • Opinião

Ter autocompaixão é mais importante do que ter autoestima

A autocompaixão não evoca grandiosidade, mas humildade.
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Freepik)

Autoestima é uma palavra que eu particularmente não gosto, porque evoca um sentimento de grandeza. Quando penso em autoestima elevada a primeira coisa que me vem à cabeça é aquela pessoa de peito estufado, que não deixa se abalar por nada e que consegue dizer coisas positivas sobre si até mesmo quando está na fossa. Até aí parece positivo, mas pode ser a mesma pessoa que diminui os outros para se sentir maior, que mente quando é flagrada cometendo um crime e que pode não sentir remorso ou ter escrúpulos. Por isso tendo a considerar a autocompaixão uma qualidade mais importante e até mesmo mais saudável do que a autoestima.

A autocompaixão não evoca grandiosidade, mas humildade. É a aceitação de quem se é, sem a tentativa de ser melhor ou pior do que ninguém. Pessoas com um ego inflado, as mesmas que eu usei como exemplo de autoestima alta, enxergam o mundo como um campo de batalha entre vencedores e perdedores. Mesmo quando elas se consideram vencedoras, a sensação logo é acompanhada de uma autocobrança que lhes custa a capacidade de ficarem em paz, afinal há sempre a possibilidade iminente de derrota se não fizer tal coisa para provar que é campeã. É por isso que essa autoestima distorcida está frequentemente associada à autoafirmação.

A autoafirmação além de ser inimiga da modéstia também é uma forma de autoengano. Pessoas felizes não precisam dizer que são felizes, pessoas bem-sucedidas não precisam dizer que são bem-sucedidas, assim como pessoas realizadas, bondosas, confiantes… enfim muitos adjetivos podem ser encontrados aqui. A pessoa que afirma ser algo no fundo esconde o medo de que aquilo não seja verdade.

Mas voltando a falar sobre autocompaixão, essa aí a gente pode chamar também de autoaceitação. Que é a capacidade de aceitar emoções positivas e negativas e ser generoso consigo em todos os momentos, seja na alegria ou na tristeza, na dor ou no prazer. Para entender melhor o que eu digo, feche os seus olhos e pense numa pessoa que você ama. Se imagine abraçando ela. Você seria capaz de tratar a si mesmo do jeito que trata essa pessoa? Espero que sim!

Também espero que você não termine o texto interpretando que eu disse que todo mundo que tem autoestima elevada é narcisista ou babaca, não é o caso, mas sim de que muitas vezes temos ideias distorcidas do que torna uma pessoa realmente realizada e satisfeita consigo mesma. Algumas pessoas têm tudo, menos amor próprio. Para amar a si é necessário apenas gratidão e cuidado, para isso não é necessário ser melhor do que ninguém e muito menos fingir que é!

 

(*) Leonardo é Psicólogo e atende em Cerro Largo

Fonte: Leonardo Stoffels / Psicólogo
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