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Publicado em 15/08/2024 13:53:58 • Agronegócio

Santa Rosa sedia Encontro Regional de Apicultura

Orientações técnicas e oportunidades de comercialização estiveram em pauta
Foto: José Schäfer / Emater/RS-Ascar

Em torno de 120 pessoas participaram do Encontro Regional de Apicultura, promovido pela Emater/RS-Ascar em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), na região de Santa Rosa, reconhecida pela disponibilidade de floradas e de água, ambiente propício para a produção de mel de qualidade. O evento foi realizado no auditório da Unijuí, campus Santa Rosa, no último dia 09, com a abordagem de oportunidades e desafios da cadeia apícola, bem como cuidados em relação à Defesa Sanitária Animal.

Os participantes acompanharam apresentação de dados que contextualizam o cenário da apicultura da região, conheceram e debateram sobre possibilidades de agregação de valor e de comercialização e ouviram relatos de experiências de quem se dedica à atividade.

O gerente regional da Emater, Valmir Thume, destaca que a atividade faz parte da vocação de muitas propriedades rurais da região, que podem se beneficiar através da geração de renda, bem como contribuem com a manutenção da agrobiodiversidade local.

Na apresentação de resultados do Levantamento Socioeconômico e Ambiental da Apicultura realizado pela Emater/RS-Ascar na região de Santa Rosa, o assistente técnico regional, Jorge João Lunardi, deu ênfase à importância da atividade no contexto local, uma vez que são produzidas mais de 490 toneladas de mel por ano, por aproximadamente 3,5 mil apicultores, no total. Na região, foram identificadas mais de 33,7 mil caixas, com produtividade média de 14,5 kg de mel/colmeia/ano.

Lunardi avalia que como a região possui boas condições de pasto apícola, com floradas diversificadas, ainda é possível avançar, desde que superados alguns desafios, como a informalidade, a profissionalização e a necessidade de manejo adequado com suplementação alimentar em épocas específicas, assim como o controle do uso inadequado de químicos próximo a colmeias. Também explicou sobre a importância e os cuidados que devem ser adotados em relação à Defesa Sanitária Animal.

A evolução do Projeto Maxbem, cuja unidade de beneficiamento de produtos apícolas está em instalação em Porto Mauá, foi apresentada pelo gerente geral do empreendimento, Samuel Gonçalves. A unidade em implantação será inicialmente orientada à produção de mel puro. No primeiro ano de operação a estimativa é beneficiar mil toneladas de mel. A capacidade total, contudo, pode possibilitar que sejam beneficiadas até 5.200 toneladas de mel/ano no futuro. A implantação do projeto se baseia em pilares sociais, ambientais e econômicos e tem a expectativa de ser referência em beneficiamento e comercialização de mel a partir do Estado do Rio Grande do Sul.

Nos relatos de experiências na produção apícola e agroindustrialização, os apicultores Ivamar Grings, de Santa Rosa, Jovani Bracher, de Entre-Ijuís, e Claudemir Mistura, de Cerro Largo, enfatizaram a importância do trabalho associativo e em parceria, participação em capacitações, divulgação e agregação de valor ao produto, bem como a manutenção de uma alimentação adequada das colmeias.

Já o extensionista da Emater Helvio Crecencio apresentou a experiência de Bossoroca, onde é realizada a integração e migração de colmeias em lavouras de canola, por exemplo.  

Quem participou do Encontro de Apicultura também teve a oportunidade de ouvir a palestra do extensionista do escritório municipal da Emater de Santo Antônio das Missões, André Oliveira. Com vasto conhecimento e experiência na área, o engenheiro agrônomo apresentou orientações para manter as colmeias fortes e longevas, de modo especial com a introdução de alimentação artificial.

É importante também resguardar as colmeias dos ventos frios, afastá-las do solo e favorecer a insolação direta durante a época mais fria do ano. Oliveira lembrou ainda que no final do inverno, durante as alimentações estimulantes, cuidados especiais devem ser adotados para evitar a pilhagem entre as colônias, sobretudo, nas mais fracas e despovoadas.

Fonte: Deise A. Froelich / Emater/RS-Ascar
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