O presidente Lula (PT) anunciou ontem (12/9) que o governo federal vai conceder R$ 1 bilhão, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para ajudar a recuperar a economia do Rio Grande do Sul, estado que teve 96 municípios afetados pelas chuvas após passagem de ciclone extratropical.
O anúncio foi feito ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), após reunião interministerial no Palácio da Alvorada. As chuvas em decorrência do ciclone começaram em 4 de setembro e provocaram 47 mortes no RS e um óbito em SC. O número de desaparecidos caiu de 46 para 9, e são quase 5 mil pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil do estado.
O empréstimo do BNDES de R$ 1 bilhão será feito a juro zero, com carência de dois anos, corrigido pela inflação.
Lula também anunciou a liberação de R$ 600 milhões do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os 354 mil trabalhadores das cidades atingidas. O limite de saque será de R$ 6.220.
Mesmo após críticas, Lula não deve vir ao estado. Na avaliação do governo, o Planalto já visitou o local na figura de Alckmin, que foi ao RS como presidente em exercício no último domingo (10). Na ocasião, ele anunciou investimento de R$ 740 milhões para enfrentar as enchentes, que continuam ocorrendo.
Oficialmente, o governo tem justificado a não visita de Lula ao RS devido à sua agenda. O presidente foi para a Índia, participar do G20, na última quinta (7), após participar do desfile 7 de Setembro em Brasília. O petista tem sido criticado por moradores da região e pela oposição.
Lula disse que vai continuar acompanhando a distância a situação do estado, já que continua chovendo em vários municípios. Ele justificou, no vídeo divulgado hoje, que o governo "não faltará no atendimento das necessidades do povo da região".
"Nós vamos continuar acompanhando porque está chovendo ainda, certamente nós vamos ter muito mais informações e, na medida que for acontecendo as coisas, nós vamos tomando as decisões", disse Lula, em vídeo.
Alckmin foi ao Rio Grande do Sul na sexta e defendeu Lula. "Os seus Ministros estiveram lá. O Presidente tinha ontem [quinta] o 7 de setembro, não tinha como sair, no dia anterior teve uma indisposição de saúde, mas todo governo está empenhado em atender a região", justificou.
Em fevereiro, Lula visitou o litoral paulista onde as tempestades deixaram dezenas de mortes e desaparecidos durante o fim de semana de carnaval. Na próxima sexta (15), Lula deverá ir a Cuba para participar do G77 e, depois, segue direto para Nova York, nos Estados Unidos, para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou no último domingo (10) o repasse de R$ 741 milhões às regiões atingidas pela passagem de um ciclone no Rio Grande do Sul. Ele e oito Ministros desembarcaram em Lajeado (RS) para visitar as áreas afetadas pelo ciclone. Eles foram acompanhados pelo governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).
Além dos repasses diretos, o pagamento do Bolsa Família para os moradores da região será antecipado para dia 18 e o pagamento do BPC, para o dia 25.
Geraldo Alckmin também afirmou que o governo vai liberar R$ 800 para cada pessoa desabrigada pelas tempestades. O valor será transferido para os municípios e depois repassado aos cidadãos.
Inicialmente, o valor que será distribuído aos municípios é de R$ 400 por pessoa. Caso a situação de calamidade se prolongue, poderá ser dobrado, diz nota do ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
O valor deve ser usado pelo município para cobrir despesas. Entre os gastos possíveis, estão ajudas com alojamento, alimentação, abrigo e provisões materiais, conforme as necessidades detectadas.
Enchentes: governo federal anuncia R$ 741 milhões