Imagine a seguinte cena: você está no ônibus, ou em qualquer outro lugar que seja, parado, pensando na vida, e vendo tudo que ocorre ao seu redor. Então decide ouvir uma música, algo pessoal, e de repente, tudo observa em seu entorno ganha um novo significado, algo mais belo, poético.
Esse é um dos poderes da música, dar significado às coisas, e talvez essa seja a principal mensagem do filme Mesmo se nada der certo (Begin Again).
Talvez seja a magia desse filme, mostrar a beleza da música sem se jogar no clichê do musical - que categoricamente esta obra não é.
No filme, vamos acompanhar a história de Gretta James (Keira Knightley, de Piratas do Caribe e Orgulho e Preconceito), uma jovem compositora inglesa morando em Nova York e que decide voltar para seu país após uma decepção amorosa.
No dia anterior, durante uma apresentação informal, ela conhece o produtor musical Dan Mulligan (Mark Ruffalo, de Hulk e Spotlight), que aposta no talento dela. Juntos, eles vão tentando curar seus traumas e seguir a vida, ao mesmo tempo que compõe um álbum tendo como pano de fundo as belezas e loucuras de Nova York.
Em pouco mais de 1h40min, o diretor John Carney cria uma narrativa que nos faz acompanhar estes perdedores adoráveis não na busca pelo sucesso na indústria fonográfica, mas de satisfação dentro da vida e realidade que possuem.
É mostrando, ainda que romanticamente, como funciona a indústria fonográfica independente, o filme vai criando uma jornada cinematográfica que flerta o tempo todo com a música, mesmo até quando os personagens não cantam ou estão no universo da música.
"Esse é um daqueles filmes que entra fácil na lista de comfortable film de qualquer pessoa, e que com o tempo vai se tornando um clássico indie da cultura pop", opinou o designer e cinéfilo, Bruno Rodrigues.
Outro ponto a ser destacado aqui é a participação do cantor Adam Levine (vocalista do grupo pop Maroon 5), que como ator interpreta o ex-namorado da protagonista.
No entanto, é fora das telas que ele se destaca, já que a maioria das músicas inéditas que aparecem no filme são obras dele, tendo como destaque principal da belíssima Lost Stars, que sem dúvida alguma é uma das melhores composições da carreira do artista.
Mesmo se nada der certo fala sobre a beleza do recomeço, do reencontro consigo mesmo e como a música ajuda nesse processo. "O ponto mais forte do filme, na minha opinião, é o seu desfecho, tornando-o uma obra sem que os personagens principais se tornem um casal, sem que todos os problemas se resolvam e sem sucesso, fama ou dinheiro. Muito pelo contrário, mostra que independente de tudo, eles se mantiveram fiéis aos seus ideais", comentou Thiago Nunes, outro apaixonado pelo filme.
Então, que tal dar uma chance para essa obra sobre música que não é um musical. Com certeza vale a experiência!
Ah, o filme está disponível no Prime Vídeo.