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Publicado em 27/01/2023 10:39:03 • Agronegócio

Estiagem agrava perdas nos cultivos de verão no RS

Apesar das precipitações irregulares, houve um agravamento na estiagem em parte do Estado
Gráficos mostram situação do milho, milho silagem e soja no RS (Imagens: Emater/RS-Ascar)

De acordo com o Informativo Conjuntural produzido e divulgado ontem (26/01) pela Emater/RS-Ascar, o milho, tanto o grão como o destinado à silagem, e a soja são as culturas mais afetadas pela estiagem no Rio Grande do Sul.

Houve um rápido avanço na colheita do milho, que alcançou 27% da área cultivada. O milho para silagem atingiu 50% da área colhida, mas muitas lavouras destinadas à produção de grãos estão sendo utilizadas alternativamente para aumentar o volume do alimento e minimizar prejuízos. Já na soja, o índice de plantio se manteve em 98%. A cultura evolui rapidamente para o estádio reprodutivo, com 31% da área em floração e 9% em enchimento de grãos, onde a sensibilidade ao estresse hídrico aumenta consideravelmente.

Na cultura do milho, foi realizada nova avaliação dos efeitos da estiagem. A estimativa de produtividade manteve-se na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul; tem perdas na de Porto Alegre; aumentam nas regiões de Erechim, Ijuí, Lajeado, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa; e são graves nas de Bagé, Frederico Westphalen e Santa Maria. Em todo o Estado, 56.773 produtores foram atingidos.

Nas regiões mais afetadas, houve abandono de lavouras de milho, liberando-as para o consumo dos animais. Os produtores que financiaram o cultivo aguardaram a anuência dos peritos para o aproveitamento da massa verde na forma de silagem. As lavouras irrigadas apresentam potencial satisfatório, embora também sofram efeitos adversos das altas temperaturas e das elevadas taxas de evapotranspiração, que excedem a capacidade de reposição de água pela irrigação.

Com a evolução da colheita do milho silagem, as perdas causadas pela estiagem foram confirmadas. Os danos são maiores nas regiões administrativas da Emater de Frederico Westphalen, Ijuí e Santa Maria; as perdas são intermediarias nas regiões de Bagé, Erechim, Pelotas e Santa Rosa; a redução é um pouco menor nas de Lajeado, Passo Fundo, Porto Alegre e Soledade. Os menores efeitos da estiagem estão localizados na de Caxias do Sul. Em todo o Estado, 18.523 produtores foram afetados.

Além da redução de volume, a silagem deverá apresentar redução na qualidade, pois a massa vegetal ensilada apresenta colmos e folhas menos verdes e mais fibrosas, além de menor proporção de grãos em relação ao volume total.

Já as lavouras de soja, devido às chuvas mal distribuídas e de volumes muito variáveis entre as regiões do Estado e dentro do mesmo município, estão díspares.

Apesar das precipitações irregulares, houve um agravamento na estiagem em parte do Estado, atingindo 35.354 produtores do grão. A zona mais afetada na redução da produtividade compreende as regiões administrativas da Emater de Santa Maria e Santa Rosa. O decréscimo é intermediário nas de Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas; as perdas são menores nas de Erechim, Soledade, Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre.  

 

Outras culturas de verão

Entre os cultivos de verão, o arroz é o menos afetado pela estiagem, seguido pelo feijão.

O arroz apresentou um avanço no número de lavouras em fases reprodutivas; 42% estão nas fases de floração e enchimento de grãos. No Estado, a cultura apresenta dois cenários completamente distintos. O primeiro, referente à maior parte das lavouras, é de adequada disponibilidade de água e onde o potencial produtivo se manteve elevado, favorecido pelas condições climáticas, coincidentes com a fase reprodutiva. O segundo cenário é composto por um menor número de lavouras, que apresentam problemas de falta de água e onde a irrigação é realizada com menor eficiência, podendo chegar ao ponto de abandono de alguns talhões em casos extremos.

Já o cultivo do feijão 1ª safra na região administrativa da Emater de Caxias do Sul, que possui a maior área cultivada no Estado, apresenta desenvolvimento normal. Nas demais regiões, as perdas variam de 10% a 45%, tendo como região mais afetada a de Pelotas. O número de produtores atingidos no Estado é de 9.366.

Fonte: Rejane Paludo / Emater/RS-Ascar
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