


Procedimentos médicos inovadores vêm proporcionando bem-estar, autoestima e saúde para a mulher em diferentes fases da vida
Nos últimos anos, a medicina tem avançado não apenas no cuidado com a saúde geral da mulher, mas também em um campo que por muito tempo foi pouco discutido: a saúde íntima. O chamado rejuvenescimento íntimo feminino engloba um conjunto de técnicas e tratamentos que visam melhorar tanto a estética quanto a função da região genital, promovendo mais qualidade de vida e bem-estar.
Mudanças naturais do corpo feminino, como gravidez, parto, envelhecimento e alterações hormonais (sobretudo na menopausa), podem impactar a região íntima. Entre as consequências estão flacidez, ressecamento, alterações no tônus muscular e até sintomas funcionais, como dor, incontinência urinária leve e diminuição da lubrificação.
Essas transformações não afetam apenas a saúde física, mas também podem repercutir na autoestima, na sexualidade e nas relações interpessoais.
A ciência tem buscado alternativas além dos tratamentos tradicionais. Hoje, tecnologias médicas vêm sendo utilizadas de forma segura e controlada, com respaldo de pesquisas científicas. Entre as principais opções estão:
Laser de CO2 fracionado: promove estímulo de colágeno, melhora da elasticidade, hidratação e da mucosa vaginal.
Radiofrequência (ablativa e não ablativa): aquece as camadas profundas da pele e dos tecidos, favorecendo a firmeza e a regeneração celular.
Jato de plasma: atua de maneira superficial, promovendo retração tecidual e melhora estética.
LEDs terapêuticos: utilizam diferentes comprimentos de onda da luz para estimular processos de reparo celular e vascularização.
Essas técnicas, quando indicadas por um especialista, podem trazer benefícios tanto estéticos quanto funcionais, auxiliando no alívio de sintomas relacionados ao ressecamento, frouxidão e desconforto íntimo.
Outro campo em crescimento é o dos injetáveis, substâncias aplicadas na região íntima para estimular o rejuvenescimento. Os principais são:
Ácido hialurônico: utilizado para restaurar volume e melhorar a hidratação dos tecidos;
Bioestimuladores de colágeno: promovem a produção natural de colágeno, aumentando a firmeza e a qualidade da pele;
Fios de polidioxanona (PDO): atuam como suporte estrutural e estimulam a regeneração tecidual;
Gordura autóloga (nanofat): a própria gordura da paciente pode ser processada e utilizada para preenchimento e regeneração celular.
Essas técnicas são minimamente invasivas, realizadas em consultório e com rápida recuperação.
Embora o termo "rejuvenescimento íntimo" esteja frequentemente associado à estética, os benefícios vão além da aparência. Estudos apontam melhora da lubrificação, da sensibilidade, da tonicidade da região e até da função urinária. Isso contribui para mais conforto nas atividades diárias, relações sexuais mais satisfatórias e melhora significativa na qualidade de vida.
É importante destacar que todos esses procedimentos devem ser realizados por médicos treinados, após avaliação individualizada. A escolha da técnica depende das necessidades de cada paciente, considerando aspectos de saúde, histórico clínico e expectativas.
A ciência avança a favor da mulher, mas a segurança continua sendo prioridade.
*Texto escrito pela ginecologista Marina de Morais Piau (CRM MG 46477 / RQE 27551)