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Publicado em 07/01/2019 08:21:53 • Artigos

Recado pra você que está insatisfeito com 2018

Por Leonardo Stoffels
Acadêmico de Psicologia

Mais um ano se passou. Sabe o que isso significa? Tudo e nada! Tenho certeza que 2018 foi para você um ano como todos os outros, assim como foi para mim. Sim, eu sei que tiveram alguns acontecimentos em particular que foram próprios a ele, e que talvez jamais se repetirão, assim como aconteceu em 2017, 2016, 2015,14...e decrescendo até a sua infância e os confins de sua memória, e você se perguntando pela primeira vez "o que é essa tal de virada de ano, que os tios e a TV tanto falam?" (*) Mas no fim das contas, independentemente do seu julgamento de bom ou ruim, 2018 - esse intervalo da Terra em uma volta em torno do Sol - foi nada mais que um calendário, um pedaço de papelão a ser amassado e jogado no lixo.

Sei que você não resistiu e fez promessas na noite da virada, mesmo que em pensamento, e hoje já está pensando em desistir, pois a ressaca fala mais alto que a embriaguez. Se você é da turma dos neuróticos, capaz até de ter se vestido de branco. Se é um ressentido, certamente se vestiu de preto apenas para se vingar daquela sua tia chata e supersticiosa que, no passado, obrigava você a dançar em volta de uma árvore, comer lentilha, comer gomos de uva, pular as sete ondas (mesmo que fora da praia!), entre outas bizarrices.

Mas não vamos fugir da questão. O ponto é que superestimamos as datas, como se elas pudessem transcender a própria história e fazer uma mágica acontecer só com o poder do pensamento. Não estou dizendo que é ruim criar metas, ou ser otimista e sonhar com um futuro melhor, mas também não é uma coisa tão importante assim. Se não deu certo esse ano, dará ano que vem, senão no outro, e quando finalmente der certo, você terá outra meta para se torturar. Mais uma vez insisto: isso tudo não significa muita coisa, já que um dia vamos morrer, e à beira da morte não fará a menor diferença se 2018 foi um ano bom ou não. De fato, nenhum ano importará, pois todo julgamento que se utiliza do passado como objeto é negativo - seja pela nostalgia, que impossibilita o prazer de se viver no presente, ou pelo arrependimento, que segue no mesmo caminho.

Tudo que precisamos é relaxar e aproveitar o presente. Ok, sei que a parte mais racional que habita o seu ser já sabe disso desde que aprendeu que a vida adulta não era tão interessante quanto a criança que você era imaginava. Na verdade, viver no presente é uma das missões mais difíceis da trajetória da humanidade, já que o intervalo entre os nossos pequenos e grandes prazeres é progressivamente acompanhado de preocupações que nos afastam da realidade (progressivamente, talvez isso explique porquê que achamos os anos cada vez mais curtos!). Mas vamos esquecer isso por um breve momento, e apenas tentar relaxar, nem que seja por uma semana. Já que toda grande mudança parte de uma pequena, então vamos começar com o pé direito.

(*) Uma curiosidade pessoal: minha memória mais antiga referente à virada de ano data de 2001, o raciocínio do meu eu de seis anos era que toda a minha vida até ali havia se passado em 2001, fazendo deste um ano comprido. Foi somente em 2003 que pude entender corretamente quanto tempo durava um ano, e olha só: desde então cada ano parece mais curto!

Fonte: Leonardo Stoffels
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