


Maud (Sally Hawkins), uma mulher inteligente e de olhos brilhantes, tem as mãos curvadas, resultado de uma artrite reumatoide juvenil.
Everett (Ethan Hawke) é um solteiro convicto de 40 anos. Abandonado pelos pais ainda jovem, ele hoje tem tudo o que precisa, exceto alguém para limpar a casa e cozinhar. Everett publica um anúncio e Maud logo se candidata à vaga. Ao ver sua aparência frágil, ele desconfia de sua capacidade, mas decide contratá-la. Em pouco tempo, Maud se torna indispensável em sua vida.
Maudie conta a história real da artista Maud Lewis e seu improvável romance com o solitário Everett Lewis.
O fime, um drama biográfico de 2017 dirigido por Aisling Walsh, está disponível na Netflix.
Avaliação: Bom!
O longa é baseado na vida de Maud Lewis, que morreu aos 67 anos. Originária de Nova Scotia, a artista canadense sofreu muito com a pobreza. Em grande parte de sua vida, permaneceu em uma pequena casa ao lado de seu marido. A condição de saúde da pintora reduzia a mobilidade de suas mãos, principal instrumento para os seus trabalhos.
Mesmo assim, ela persistiu, e conquistou um enorme reconhecimento entre 1964 e 1965. Agnes, a mãe de Maud, foi quem influenciou a menina a se apaixonar pelas artes desde cedo. Logo na infância, ela incentivava a filha a pintar cartões postais para vender no Natal.
Tudo corria bem até ela se casar com Emery Allen. Após o nascimento de sua primeira filha, ele a abandonou, e a justiça tirou a menina da artista. Segundo as autoridades, ela não tinha condições financeiras para bancar a criação da pequena.
Alguns anos depois, Maud se casou com Paul Muise, e se mudou para Ontario para começar uma família com ele. Isso aconteceu por volta de 1935, ano em que seu pai faleceu. Abalada com a notícia, ela tentou contatar a mãe, mas não obteve resposta.
Então, em 1937, Agnes morreu. A partir daí, a pintora mergulhou completamente em seu trabalho. Paul ajudava a mulher distribuindo alguns de seus desenhos — incluindo cartões postais — para as pessoas da cidade. Aos poucos, ela foi ganhando fama e alcance nacional. Como resultado, atingiu o ápice de sua carreira durante os últimos anos de sua vida.
Infelizmente, Maud faleceu em 1970, por conta de uma pneumonia. Já o seu marido foi assassinado em 1979, quando bandidos invadiram a residência do casal para roubar as obras da artista.
Apesar do fim trágico de sua história, o legado dela vive até hoje: Em 1984, a sua casa foi preservada por instituições artísticas, sendo transformada em uma galeria de arte. Isso só foi possível pelos pedidos de milhares de fãs, que não queriam ver o local se deteriorando.
Existe também uma réplica da residência da pintora, localizada na Art Gallery of Nova Scotia, um dos mais renomados espaços artísticos do Canadá. Além do filme da Netflix, é possível encontrar diversas peças de teatro sobre a trajetória de Maud.