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Publicado em 08/11/2022 12:45:31 • Segurança Pública

Operação combate caça e comercialização de animais silvestres

Delegacia de Polícia de Cerro Largo prestou apoio à operação do Deic/PoA
São cumpridos 12 mandados judiciais de busca e apreensão (Foto: Polícia Civil / Divulgação)

Agentes do Deic, acompanhados de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, cumprem mandados de busca e apreensão contra 11 caçadores que atuam na região Noroeste

Uma operação policial foi realizada nesta terça-feira (8/11) em Santa Rosa e em Alecrim, contra 11 pessoas suspeitas de caça e comercialização ilegais de animais silvestres - sendo a maioria aves e parte deles em extinção.

Cerca de 80 agentes da Delegacia de Proteção e Defesa do Meio Ambiente do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio de técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), cumpriram 12 mandados judiciais de busca e apreensão. Até às 9h, 360 pássaros em cativeiro foram apreendidos.

Conforme a investigação, depois da caça ilegal os criminosos usavam laranjas: criadores legalizados e empresários, que serão responsabilizados em uma segunda etapa da investigação. Os criadores seriam usados para inserir os animais de forma ilegal no sistema de controle e monitoramento do governo federal. Os empresários eram usados para comercialização de carne obtida da caça ilegal.

A delegada Marina Goltz, do Deic, diz ainda que os investigados, também responsáveis por manterem criações clandestinas, passaram a ser alvo da polícia a partir de denúncias sobre captura suspeita de animais silvestres.

"Comprovamos que eles não só caçavam os animais, a maioria aves, e muitos deles em extinção. Havia também a posterior comercialização para pessoas interessadas, seja como animais vivos ou como produtos e subprodutos para consumo alimentício", destaca Marina.

Tráfico

Para o chefe da Divisão de Controle e Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema, Mateus Leal, este esquema criminoso configura tráfico de animais silvestres. Segundo ele, todos os criadores investigados são cadastrados no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (SisPass) e o utilizam para esconder ou legalizar animais que são retirados ilegalmente da natureza.

"Os caçadores ilegais utilizam anilhas (usadas no estudo do comportamento das aves, assim como para controle de criadores de aves exóticas e silvestres) frias ou em desuso com declarações de fuga ou morte. Eles ficam girando as anilhas, ou seja, trocando as anilhas entre eles mesmos, mas sem pássaros. Com isso, conseguem um pássaro pelo qual têm interesse e utilizam a anilha para colocar um pássaro ilegal dentro do sistema", explica Leal.

A delegada diz que até o final da manhã vai contabilizar as apreensões. Segundo ela, estes são os animais em extinção ou em vias de extinção que eram caçados: pássaros bicudo, patativa, bico-de-pimenta, caboclinho, cardeal amarelo e pixoxó, além de paca, cutia, quati, cateto, queixada e veado-campeiro.

Os nomes dos caçadores investigados não foram divulgados.

De acordo com o artigo 29 da Lei 9.605/1998, a pena para o crime de caça ilegal é de seis meses a um ano de prisão.

Denúncias sobre caça ou comercialização ilegais podem ser feitas ao Deic pelos números 0800 510 2828 e WhatsApp e Telegram (51) 9.8444.0606.

Fonte: Cid Martins / GZH
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