A lista com as 10 séries que marcaram 2024 tem para todos os gostos: começa com biografia oficial com ótimas cenas de corrida ("Senna") e passa por drama histórico vencedor do Emmy ("Xógum: A Gloriosa Saga do Japão") e por documentário sem medo de polêmicas ("Pra Sempre Paquitas").
O ranking deste ano se divide entre produções angustiantes, não tão fáceis de assistir ("Bebê Rena", "True Detective: Night Country", "Monstros: Irmãos Menendez") e comédias "maratonáveis" misturadas a outros estilos como ação ("Sr & Sra Smith") e romance ("Ninguém quer").
10) 'Senna' (Netflix)
Estrelada pelo Gabriel Leone, “Senna” entrou no nosso top 10 principalmente por causa das cenas de corrida, recriadas com uma precisão impressionante. Esse é o grande trunfo da série, uma biografia oficial de Ayrton Senna indicada não apenas para fãs da Fórmula 1. Além das histórias da formação de um herói nacional, há também coisas que vão além do esporte. Há espaço para os amores do piloto, para tretas e até lições de liderança.
9) 'Sr & Sra Smith' (Prime)
Era natural não botar tanta fé neste remake diferentão de "Sr. & Sra. Smith", que pega a premissa do filme de 2005 e faz uma série igualmente divertida, mas muito mais profunda. Profunda para os padrões de uma comédia de ação, é claro. A série é criada e estrelada por Donald Glover, protagonista ao lado da Maya Erskine, que surgiu na divertidinha "Pen15". Eles são um casal de espiões em um casamento fake. A química e a falta de química dos dois é o ponto principal da série, que tem um elenco de apoio muito bom, incluindo Wagner Moura, Paul Dano e Parker Posey.
8) 'Monstros: Irmãos Menendez' (Netflix)
A história real dos irmãos que assassinaram o pai e a mãe a tiros dentro de casa no fim dos anos 1980 é perturbadora e viciante, como todo bom true crime. A série tem um ritmo alucinado e pinta os irmãos Erick e Lyle Menezes ora como sociopatas hedonistas que mataram por dinheiro, ora como vítimas de abusos e estupros cometidos ao logo de anos pelo pai, com anuência da mãe. O julgamento dos irmãos, filhos de um poderoso executivo da indústria fonográfica, se tornou uma atração nacional na TV americana.
7) 'Pra Sempre Paquitas' (Globoplay)
A melhor série de documentário de 2024 ficou no sétimo lugar. “Pra Sempre Paquitas” mostra que essas simpáticas soldadinhas foram muito mais do que ajudantes de palco da Xuxa. Os episódios são super bem construídos, mérito da direção assinada por duas ex-paquitas: Ana Paula Guimarães e Tatiana Maranhão. Elas recontam todas as histórias com muita propriedade e não fogem de assuntos espinhosos como racismo, machismo e abuso moral… está tudo lá.
6) 'Pinguim' (Max)
A história é derivada de Batman e mostra a ascensão de um dos vilões mais clássico dos quadrinhos, o Pinguim. A série é bem sombria e violenta e não fica nada a dever a boas histórias de máfia - e não precisa ser fã de Batman nem de HQ para entrar no clima. E ainda tem a transformação impressionante do Colin Farrell para viver o Pinguim. Ele literalmente vira outra pessoa: é difícil de acreditar que é ele mesmo.
5) 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão' (Disney+)
A série vencedora de 18 Emmys é quase toda falada em japonês com atores japoneses e filmada no Japão. Quer dizer, na verdade ela é filmada no Canadá. Mas conta a história, baseada em fatos, de conflitos entre senhores feudais no ano de 1600 quando um navio europeu misterioso trazendo um navegador inglês chega em Osaka. Cheia de tretas políticas, povoada por samurais e gueixas num Japão completamente dividido, "Xógum" tem, para além da produção riquíssima, grandes personagens e grandes atuações.
4) 'Sunny' (Apple TV+)
Rashida Jones, de "The Office", vive uma americana que vê sua vida virar de cabeça pra baixo depois que seu marido e seu filho desaparecem num acidente no Japão. Para ajudar no seu luto, além de muitas garrafas de vinho, ela passa a contar com a ajuda de uma robô muito fofa e prestativa e um pouco inconveniente, que por algum motivo misterioso atrai a atenção da máfia japonesa. Com um visual muito cool num Japão levemente futurista e uma abertura incrível, "Sunny" tem uma história maluca e alguns dos episódios mais originais do ano.
3) 'Ninguém quer' (Netflix)
"Ninguém Quer" é a melhor série de comédia do ano e pegou a terceira posição da nossa lista. Eu estava com saudade de ver uma comédia romântica bem-feitinha, com boas atuações, encontros e desencontros reais, clichês super bem usados. Eu também. É meio impossível não se apaixonar pelos protagonistas - um rabino e uma podcaster de sexo! - e pela incrível química entre os dois. “Ninguém quer” não tem nenhum roteiro mirabolante, mas é tão bem feita que virou sucesso de audiência e de crítica.
2) 'True Detective: Night Country' (Max)
Quem assistiu ao primeiro episódio da quarta temporada de True Detective possivelmente já saiu falando “entreguem o Emmy para Jodie Foster”. É ela quem segura a série, que começa fascinante, dá uma derrapada ali pelo meio, mas mesmo assim é o grande drama criminal do ano. Desta vez, oito cientistas somem em um centro de pesquisa no Alaska, numa história escrita, dirigida e protagonizada por mulheres. Foi uma retomada de rumo para True Detective, que oscila entre temporadas belíssimas e outras fraquinhas. Atores e tramas sempre mudam, mas o clima de mistério e os cenários peculiares são dois pontos onipresentes.
1) 'Bebê Rena' (Netflix)
Nosso primeiro lugar é a série mais impactante do ano. "Bebê Rena" é baseada na história real de Richard Gadd, um barman aspirante a comediante que sem querer se vê envolvido com uma mulher que passa a "stalkeá-lo" de forma implacável - numa atuação notável de Jessica Gunning. Essa obsessão tem um impacto profundo na vida dele, trazendo à tona um passado de abuso e manipulação. Não é uma série fácil de assistir. Mas é bem-feita demais, uma história em que nem sempre o papel de vítima fica tão claro e que traz uma reflexão sobre relacionamentos tóxicos, solidão e relações humanas.