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Publicado em 04/03/2024 10:05:43 • Segurança Pública

RS registrou 87 crimes de feminicídio em 2023

Em 86% dos casos, o autor foi o atual ou ex-companheiro da mulher
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Freepik)

Dado sobre os crimes de feminicídio ocorridos de 2023, divulgado na quinta-feira (29/02), traz um panorama sobre quem são as vítimas desse tipo de crime e quem os comete no Rio Grande do Sul

Os dados mostram um compilado dos 87 casos registrados no ano passado, que se distribuíram em 62 municípios gaúchos.

Enquanto a maior parte das mulheres mortas era jovem, com idade entre 18 a 24 anos, a maioria dos autores de assassinatos tinha de 35 a 39 anos. Mas o levantamento também indica semelhanças entre as partes: em geral, são pessoas solteiras, brancas e que estudaram até o ensino fundamental. Além disso, mais da metade das vítimas nunca tinha denunciado o agressor à polícia.

O compilado divulgado foi feito pelo Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-RS), e analisado pela Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) da Polícia Civil, comandado pela diretora, delegada Cristiane Ramos.

 

Quem são as mulheres mortas no RS

Das 87 vítimas, 24% tinha entre 18 e 24 anos. Na sequência, vêm as mulheres de 25 a 29 (16%) e 35 a 39 (16%), seguidos pelas de 30 a 34 (9%), de 45 a 49 (8%) e de 40 a 44 (7%). Em 2023, a vítima mais jovem tinha 16 anos, e as duas mais velhas tinham 80. No geral, a média de idades é de 36,6 anos.

A maioria delas, 74%, era branca. Outras 14% eram pardas e 10% eram pretas.

Das mulheres, 71% eram solteiras, 11% eram casadas e 7% eram viúvas.

A maior parte das vítimas, 63%, concluiu o Ensino Fundamental e largou os estudos. Já 19% cursou o Ensino Médio e 5% chegou ao Superior.

Além disso, 64 das 87 vítimas eram mães, e 32 tinham filhos com o próprio autor do feminicídio.

 

Quem são os homens que mataram mulheres no RS

A Polícia Civil não divulgou quantos homens tiveram os dados analisados no compilado, mas afirma que 72% dos autores de feminicídios em 2023 foram presos. Outros 9% cometeram suicídio.

A maioria deles, 78%, já tinha antecedentes policiais, sendo que 45% tinha passagem por violência doméstica e familiar.

Em dois dos 87 casos, os agressores já haviam tentado cometer feminicídio contra as vítimas anteriormente. Em três episódios, o autor da morte era menor de idade.

Em geral, os agressores de 2023 são brancos (71%), outros 11% são pretos e 10% são pardos. A maior parte deles, 70%, é solteiro, e 14% é casado.

A média de idade dos agressores é de 38,5 anos. Do grupo, 21% tem entre 35 e 39 anos, e 14% tem de 25 a 29. Depois, a faixa etária com mais pessoas é a de 30 a 34 (13%), de 45 a 49 (11%) e de 40 a 44 (8%) e de 18 A 24 (8%).

Em relação a escolaridade, 70% completou o Ensino Fundamental. Outros 9% fizeram o Ensino Médio e 2% fez o Superior.

 

Mortes em casa

O mapa divulgado mostra outros aspectos desse tipo de crime, tipificado como um homicídio qualificado. Considerado um desafio para forças de segurança no Estado, o feminicídio é praticado por razões da condição do gênero feminino ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Os 87 casos de 2023 indicam uma queda de 21% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 110 mortes.

Das 87 mulheres vítimas de feminicídio no RS no último ano, 75% foram assassinadas dentro de casa.

Em sete desses casos, o assassinato foi praticado na presença de crianças ou adolescentes. Em três episódios, os agressores também cometeram homicídio contra os novos companheiros das mulheres.

Os casos foram registrados em 62 municípios gaúchos. O município de Caxias do Sul foi o que mais registrou este tipo de crime em 2023, com seis casos. Depois, vêm Pelotas, com quatro, e Erechim, Porto Alegre e Vacaria, com três registros cada.

Em 86% dos feminicídios, o autor foi o atual ou ex-companheiro da mulher. Apenas em 6% das mortes o autor tinha algum parentesco com a vítima, e somente em quatro elas foram mortas por desconhecidos.

Conforme a Polícia Civil, das 87 vítimas, 57,5% não tinham registrado ocorrência policial contra o autor do crime anteriormente. Do total de mulheres, 82% não tinha medida protetiva vigente na data do crime – a mais comum é a medida judicial que determina que o agressor se mantenha afastado da mulher.

Fonte: GZH
Feminicídio
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