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Publicado em 02/11/2024 12:35:08 • Cultura

Um Jumanji francês para assistir em família

Filme com Jean Reno é garantia de boa diversão em frente à telinha
Filme francês mistura aventura e comédia (Foto: Divulgação)

Jumanji marcou ao menos duas gerações de cinéfilos no mundo inteiro. A produção estadunidense de 1995 sobre um garoto que desaparece no passado porque foi sugado para dentro de um jogo de tabuleiro e é resgatado anos depois, quando outras crianças entram para o jogo fez grande sucesso – tanto, que ganhou duas continuações para as gerações atuais, dessa vez, estrelada por The Rock.

E seu formato também inspirou muitas outras produções que vieram depois, como a mais recente Lobisomens, novo filme francês de aventura que chegou à Netflix e pulou direto para o primeiro lugar do Top 10 da plataforma.

Jérôme (Franck Dubosc) levou a família para passar as férias de verão na casa de seu pai, Gilbert (Jean Reno, de Meu Amigo Pinguim), pois este começa a dar sinais de constante esquecimento e perda de memória. Para passar o tempo, Jérôme sugere que sua filha, Clara (Lisa do Couto Texeira), seu enteado Théo (Raphael Romand), sua esposa, Marie (Suzanne Clément) e a sua caçula, Louise (Alizée Caugnies) joguem um jogo de tabuleiro bastante comum na sua família, chamado Lobisomens, porém, quando deixam o jogo de lado, um grande terremoto faz com que todos eles se teletransportem para o século XV, em plena Idade Média. Agora a pequena família precisa se unir para eliminar os lobisomens do vilarejo para, assim, conseguirem voltar para sua casa de verdade.

Partindo de um mote facilmente identificável para grandes e pequenos espectadores (afinal, viagem no tempo e viagem para dentro de um jogo não são novidades), o grande diferencial do roteiro de François Uzan, Céleste Balin e Hervé Marly é partir desse mote para traçar uma análise crítica da sociedade ocidental como um todo, tanto a do século XV quanto a dos tempos atuais. Mesmo tendendo a fazer parecer que os tempos de hoje são melhores para viver, o roteiro insere reflexões interessantes, como, por exemplo, o fato de as mulheres não terem nenhum direito naquele tempo e viverem como se fossem objetos dos pais, maridos, filhos, ou sobre como as relações interraciais eram inimagináveis naquele tempo, sendo hoje possível pessoas de todas as raças (mas, no caso do filme, uma menina negra) coexistirem – ainda que esse ponto seja debatível.

François Uzan anteriormente dirigiu nada menos que a série Lupin, pra própria Netflix, e, para quem assistiu às três temporadas da série, dá para identificar certos aspectos em comum, principalmente com o personagem Théo, que se revela ser um ladrão, mas que, a partir dos objetos roubados, ele na verdade rouba a identidade de seus donos, transformando-se na pessoa. Isso, numa camada superficial, mas há um duplo sentido aqui, uma vez que desde o primeiro momento da apresentação de Théo os personagens o provocam por seu cabelo, dando a entender que ele não sabe a qual gênero pertence – e daí o duplo sentido, uma vez que o personagem sem identidade é justamente aquele que rouba a identidade dos outros.

Com diversas pegadinhas conteudísticas como esta, Lobisomens mistura aventura, ação e fantasia numa história para assistir em família após o almoço de domingo. E ainda traz Jean Reno, um dos maiores atores marroquinos, num papel que o espectador mais perspicaz poderá até se emocionar.

Disponível na Netflix.

Fonte: CinePop
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