


A chuva que caiu na manhã de 8 de março - Dia Internacional da Mulher - em várias regiões do Rio Grande do Sul, não foi suficiente para desencorajar as mulheres e suas famílias a atenderem o pedido da FETAG-RS e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) para se reunir, ouvir as lideranças e saírem às ruas para lutar pela garantia de direitos adquiridos, em especial contra a reforma da Previdência Social, que da forma como foi encaminhada pelo governo federal ao Congresso Nacional, poderá elevar a idade de aposentadoria da mulher rural, de 55 anos para 60 anos.
CERRO LARGO
Em Cerro Largo não foi diferente. A chuva torrencial não impediu a presença de um grande número de participantes na Marcha em Defesa dos Direitos das Mulheres.
O evento tinha previsão de uma caminhada desde o Bloco A do campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) até a Praça da Matriz. O mau tempo fez com que os organizadores transferissem toda a programação para o CCTN Ronda Crioula, que quase foi pequeno para as 700 pessoas presentes, oriundas de 13 municípios da Regional Missões I.
Organizada por sindicatos da região e movimentos sociais, com apoio da UFFS, o evento também serviu para a defesa da Educação Pública, do SUS, da Previdência e da Democracia.
60 MIL PESSOAS
A coordenadora estadual de Mulheres da FETAG-RS, Lérida Pivoto Pavanelo, avaliou que cerca de 60 mil pessoas participaram dos eventos em âmbito municipal e regional, realizados em cada uma das 25 Regionais.
Além da Previdência, Lérida destaca ainda A Marcha das Margaridas 2019, que ocorrerá em agosto, em Brasília; a importância da família e da agricultura; a falta de renda na propriedade advinda das dificuldades na produção de leite; a violência contra a mulher; a defesa do SUS, a sindicalização da mulher, entre outros temas.
CONQUISTAS
O 8 de março tem um significado todo especial para a história de lutas e conquistas da organização das mulheres no Rio Grande do Sul, lembra a dirigente. "Foram inúmeras vitórias que as mulheres trouxeram para esses eventos em todo o Estado. Também possibilitou realizar uma reflexão sobre o importante processo que o movimento sindical fez na vida das famílias, que trabalham e vivem no meio rural. E mesmo com todos os problemas existentes, é necessário comemorar que temos um sindicato forte, atuante e que faz a diferença na vida de nossa categoria de trabalhadores rurais. Temos certeza de que a transformação fantástica ocorrida no meio rural se deu por conta da atuação dos nossos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, da FETAG e da CONTAG. E tudo isso é motivo para comemorar o relevante papel que as mulheres a vida inteira fazem em suas propriedades", garante Lérida.
1º DE MAIO
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cerro Largo, Rosane Scherer, adianta que outra manifestação está programada, para o dia 1º de maio - Dia do Trabalhador, em local a ser definido.
E que em 15 de maio será realizado o 9º Grito de Alerta, em Santa Cruz do Sul, tendo como eixos principais a valorização da agricultura familiar e a reforma da Previdência.