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Publicado em 22/08/2022 18:14:12 • Educação

Exposição retrata cultura e o cotidiano de aldeia indígena

Evento na UFFS iniciou no Dia Internacional dos Povos Indígenas, e segue até sexta-feira
Crédito: UFFS-Cerro Largo / Divulgação

No dia 9 de agosto, foi celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Para comemorar a data, está sendo realizada, no saguão do Bloco A do Campus Cerro Largo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a exposição Mbyá Rekoete, Nossos Costumes Verdadeiros.

A exibição retrata aspectos da cultura, do cotidiano e do modo de ser da comunidade Mbyá-Guarani, da aldeia Tekoá Pyau (que significa 'Aldeia Nova'), localizada na Ressaca da Buriti, interior de Santo Ângelo.

"A exposição busca trazer essa realidade das populações indígenas, em específico do povo Mbyá-Guarani, mostrando como vivem, a sua agricultura, que é uma agricultura tradicional, com seu milho que vem de gerações, suas crenças e espiritualidade, através da manutenção da Casa de Oração (Opy). A comunidade mantém os seus nomes tradicionais, a partir de um batismo, que também é tradicional. Um exemplo é o jovem Cacique, Anildo Romeu, que também possui seu nome em Guarani, Kuaray, que significa sol. Além disso, a exposição também retrata a relação com os animais, pela flora e fauna, com a natureza e meio ambiente em si", explica a professora Bedati Finokiet, coordenadora do NEABI/UFFS-CL.

Nas imagens e fotos da exposição, é possível observar, por exemplo, a importância do Tatá (fogo) que sempre está presente nas aldeias; do próprio chimarrão, a erva-mate que é uma planta tradicional para os indígenas, considerada sagrada e utilizada inclusive no ritual de batismo; aspectos das casas tradicionais feitas de barro e taquara, que, na sua cultura, morar dessa forma significa saúde (a terra é vida); a presença das crianças, que até por volta de 7 anos falam apenas Guarani, mantendo-se, portanto, a valorização da sua língua materna, além de falarem também o Português e Espanhol, devido a relação histórica do território Guarani.

O projeto da exposição é apenas um dos que vem sendo realizados pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus, com comunidades indígenas, em específico com os Mbyá-Guarani, a exemplo do material audiovisual em forma de documentário que foi produzido juntamente com cineastas indígenas, além de livros sobre a cultura indígena. O contexto das atividades que são desenvolvidas pelo NEABI com as comunidades indígenas, sempre ocorrem no sentido de valorização da sua cultura, de trabalhar para que haja respeito em relação a diversidade cultural, e principalmente, para que as pessoas conheçam esse indígena, sem estereótipos ou romantismos, e reconhecer e aprender com a sabedoria Guarani, especialmente em termos de relação com a natureza e espiritualidade.

Ressalta-se que sempre houve o cuidado em consultar essas comunidades e aldeias, verificando o que eles consideram importante que seja dito sobre a sua cultura, e tendo em vista a Lei 11.645/2008, que prevê o ensino sobre a história e a cultura dos povos indígenas em toda a Educação Básica e até mesmo em universidades.

Ainda, para Bedati, "essa exposição vem trazer alguns referenciais, elementos e informações para que educadores e educadoras possam conhecer um pouco mais dessa realidade dos povos indígenas, para trabalharmos em relação ao que é o indígena real, de fato, na atualidade, como vivem, as suas dificuldades na busca por seu território, para que possam manter os seus rituais, sua medicina tradicional, seu Nhandereko, que é o seu modo de ser e estar nesse mundo".

A exposição Mbyá Rekoete, Nossos Costumes Verdadeiros segue aberta à comunidade em geral até sexta-feira, dia 26 de agosto.

Fonte: Assessoria de Comunicação UFFS
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