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Por José Grisolia Filho
O Rio Grande do Sul deposita no seu subsolo, uma imensa riqueza: o carvão. Em grande faixa do território gaúcho, essa riqueza é pouco explorada, apesar de ser capaz de movimentar usinas geradoras de energia elétrica para atender boa parte das necessidades do nosso País.
O grande desafio é controlar a poluição decorrente da abertura de minas a céu aberto ou profundas e que modificam o cenário natural existente. Outro fato de poluição é o uso do carvão na geração de energia elétrica, provocada pelas cinzas que libera, atingindo vasta região do entorno.
O aproveitamento do carvão despertou um debate entre os gaúchos, face as experiências que temos das consequências do carvão em relação ao meio ambiente.
Até onde é realmente necessário explorar o carvão na escala que permite a matéria-prima guardada no subsolo do Estado?
Outras fontes de energia elétrica têm sido utilizadas com êxito no nosso País. A fonte mais tradicional é a geração de eletricidade através da água. Temos várias hidrelétricas em funcionamento e algumas em construção. Temos usinas movidas a óleo diesel, de alto custo, que são ativadas para suprir a redução de geração das hidrelétricas, quando estiagens reduzem as reservas de água. E atualmente se desenvolvem vários projetos de energia elétrica através da luz solar e da força dos ventos, entre outras fontes naturais e não poluidoras.
Em vista disso, percebe-se que se restringe o espaço para o aproveitamento do carvão, que pode ser uma riqueza a ser guardada, para ser usada pelas novas gerações, que certamente terão recursos científicos para controlar plenamente a poluição que atualmente se tornou o grande fator impeditivo de seu uso imediato.
Todavia, eventual falta de energia elétrica no País, mesmo com todas as fontes aqui mencionadas em pleno aproveitamento de todo o seu potencial, poderá exigir o uso do carvão para aumentar a capacidade de geração de eletricidade do Brasil, mesmo sem termos os recursos de controlar a poluição provocada por essa matéria-prima.
Por isso, o desejável é que os estudos em torno do carvão, como fonte de energia elétrica, deve ser a base de uma espécie de “Plano B”, para aumentar nossa capacidade de geração. Mais que isso, o uso do carvão só deve ocorrer com a poluição controlada e sem danos ao solo onde a exploração for instalada. Vê-se que questões fundamentais precisam ser resolvidas, antes do seu uso.
Por isso os estudos em torno do carvão devem ser acelerados, para não sermos surpreendidos e compelidos a usar uma fonte energética sem conhecer todo o seu potencial e as formas de combater os efeitos da sua exploração.