É difícil ter assunto para essa coluna. As opções são infinitas, mas minha capacidade de escolher um tópico e seguir nele é limitada. Sendo assim, para escrever esse texto abri um gerador de perguntas feito por uma faculdade de Washington, aqui vão algumas perguntas que surgiram:
1. Qual lugar da ficção você mais gostaria de ir?
R: Hogwarts, a escola de Harry Potter (é o primeiro que me vem à cabeça).
2. Qual é a coisa que mais confunde a sua mente?
R: Paradoxos do tipo "o que aconteceria se o pinóquio dissesse 'meu nariz vai crescer agora?'"
3. Qual o seu livro favorito?
R: O Retrato de Dorian Gray.
4. Você tem medo de algum animal?
R: Cobras.
5. Como você se sentiria se a internet parasse de funcionar?
R: Essa foi a pergunta mais interessante. Num primeiro momento eu acharia divertido, pois seria uma oportunidade única de se reconectar com o mundo real, uma função que está desaparecendo de nossas vidas. Num segundo momento, ficaria entediado e num terceiro, seria caótico, pois isso traria uma crise financeira global irreversível.
6. O que você colocaria na sua cidade?
R: Um cinema.
Enfim, cansei das perguntas. No entanto, por algum motivo, conforme eu as selecionava lembrei de uma coisa que um colega de faculdade me disse no primeiro semestre de Psicologia: "o que as pessoas mais têm dificuldade de falar é sobre si mesmas". Pensei nisso quando surgiu uma pergunta do tipo "qual vegetal você seria?". E observo isso em minha prática profissional. As pessoas têm muita dificuldade de responder perguntas que envolvem uma definição de si e até mesmo de diferenciar o olhar que elas têm delas próprias em comparação com olhar que os outros fazem delas.
O que é compreensível, já que muitas vezes nos tornamos o personagem que os outros esperam que a gente seja: não existe o eu sem o outro e assim os dois se misturam, sendo o resultado final dessa soma o que somos. Aliás, talvez essa seja a maior das perguntas: quem somos nós?
Queria eu saber responder, se é que isso é possível. Tem perguntas que simplesmente não tem resposta. Por exemplo: por que existe algo, em vez de nada existir? Se Deus existe, o que ele estava fazendo antes de criar o mundo? Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Tem perguntas engraçadas: Por que Exaltasamba toca pagode e Zeca Pagodinho toca samba? Por que os kamikazes usavam capacete? Por que a agulha da injeção letal é esterilizada?
Algumas perguntas podem facilmente serem respondidas por uma simples busca no google e isso tira um pouco a graça do mistério. Quando eu era criança era superdivertido ver histórias de lendas urbanas e reportagens de alienígenas. Hoje em dia quase tudo pode ser facilmente desmistificado.
(*) Leonardo Stoffels é Psicólogo e atende em Cerro Largo