


Com o acesso da população ao mundo exterior bastante reduzido e com o crescimento das operações financeiras por meios digitais, devido às medidas de distanciamento social para combater a pandemia de Covid-19, os golpes virtuais vem se multiplicando em todo o país.
E não pense que isso é apenas "coisa de cidade grande". Na Delegacia de Polícia de Cerro Largo, de acordo com o delegado Charles Dias do Nascimento, foram registradas 73 ocorrências de crimes virtuais nos últimos seis meses.
"Isso significa um crescimento de 50% em relação a igual período do ano passado", destaca o Delegado.
Segundo Nascimento, ao contrário do que muitos possam imaginar, os golpes aplicados e que chegaram ao conhecimento da Polícia Civil envolvem valores elevados.
VIA WHATSAPP
O principal instrumento utilizado pelos estelionatários, para a aplicação de golpes, é o aplicativo de mensagens WhatsApp. E são dois os principais golpes aplicados em nossa região: a clonagem do número e principalmente o falso parente/amigo com o "carro quebrado" ou em "dificuldades financeiras".
CLONAGEM
Os golpistas têm diversos meios de conseguir o número da vítima, mas o mais usual é que seja retirado de redes sociais com perfis abertos (Facebook, Instagram, etc) ou de sites de compras.
Geralmente as vítimas recebem um torpedo, com o golpista se passando por funcionário de um banco, de uma instituição ou até mesmo da plataforma, e solicita um código de seis números para ativar alguma coisa.
Para tal, solicita a verificação da vítima com dados pessoais (nome completo, CPF, RG, endereço) e finalizando solicita o código de seis dígitos. Este código é uma verificação do WhatsApp, ou seja, o golpista digitou o número de celular da vítima no celular dele para ativar o WhatsApp. Este código de verificação para habilitar o WhatsApp foi enviado para o celular da vítima.
De posse desse código o golpista desvia o WhatsApp da vítima para o aplicativo instalado no celular dele, e a vítima perde o acesso ao aplicativo.
O golpe é efetivado com o golpista conversando com os amigos da vítima, se fazendo passar por ela, falando que está sem dinheiro, com algum problema na conta ou cartão de crédito bloqueado e solicita dinheiro emprestado.
Como se proteger: É de suma importância habilitar a "confirmação em duas etapas" no seu WhatsApp. Para isso, clique em "Configurações", depois clique em "Conta" e depois em "Confirmação em duas etapas"; habilitar senha de seis dígitos numéricos.
E jamais enviar para qualquer pessoa este código de seis números.
PARENTE OU AMIGO FALSOS
O golpista liga aleatoriamente para as vítimas. Dependendo se quem atende for homem ou mulher, ele logo fala: "oi tio/tia, sabe quem está falando?"
Caso a vítima diga um nome, achando ser algum sobrinho ou parente distante, já deu para o golpista o que ele queria. Algumas vezes a vítima fala que não se recorda e o golpista usa do artifício "nossa, não lembra mais de mim". A vítima, constrangida, acaba continuando o diálogo e se sujeitando ao que o golpista fala. Com isso, ele conta uma história que seu carro quebrou e que precisa de ajuda, solicitando que a vítima faça uma transferência para determinada conta (seja do mecânico, da ferragem, ou da borracharia para pagar o conserto do carro).
Como se proteger: Não faça transferências ou dê dinheiro para terceiros. Deligue o telefone e faça contato com o familiar que você achava estar falando. Caso a pessoa esteja realmente em apuros, você ainda poderá ajudá-lo.
CARTILHA
Em caso de ser vítima de um golpe virtual, o delegado Charles Nascimento orienta as pessoas a fazerem o registro da ocorrência o mais rapidamente possível.
No site da Polícia Civil pode ser baixada a cartilha Cuidados com os Golpes na Internet (acesse AQUI), com orientações sobre os principais golpes aplicados e como se proteger dos estelionatários.