A losna contém compostos bioativos, como sesquiterpenos, óleos essenciais e fenóis, que lhe conferem ações antiparasitárias, anti-inflamatórias e digestivas
Conhecida por seu sabor amargo e usos medicinais antigos, a losna, também chamada de absinto verdadeiro, se destaca entre as opções naturais para a saúde. Utilizada tradicionalmente para auxiliar na digestão e combater parasitas, essa planta contém compostos que podem trazer benefícios específicos.
Sob o nome científico de Artemisia absinthium, a losna uma planta que cresce em regiões da Europa, Ásia Ocidental e Norte da África e historicamente foi um importante recurso terapêutico para o trato digestivo.
Pesquisas atuais seguem investigando seus efeitos e reafirmam a importância de cuidados no consumo devido à presença de compostos potencialmente tóxicos.
A losna contém compostos bioativos, como sesquiterpenos, óleos essenciais e fenóis, que lhe conferem ações antiparasitárias, anti-inflamatórias e digestivas. “O gosto amargo da losna estimula a secreção de bile, o que ajuda na digestão. Ela também é utilizada no combate a parasitas intestinais, problemas inflamatórios, febre e até mesmo como antipirético”, explica Sabina Donadelli, nutricionista clínica e membro da Academia Brasileira de Gastronomia.
Além disso, a planta tem demonstrado ações benéficas em estudos farmacológicos, com propriedades que vão além da digestão. “O absinto tem sido associado a efeitos antioxidantes, antibacterianos, antifúngicos e até neuroprotetores. Ele também apresenta potencial citotóxico e “hepatoprotetor”, protegendo as células do fígado”, acrescenta Adriane Kulibaba, nutricionista clínica do Hospital Angelina Caron.
Ela reforça que esses efeitos podem contribuir para o controle de infecções leves e condições como a artrite, tornando a losna uma aliada em tratamentos que exigem ação anti-inflamatória.
A planta também é utilizada para tratar casos de dispepsia, caracterizada por sintomas como desconforto digestivo, sonolência pós-refeição, acidez e dores estomacais. O princípio amargo da losna contribui para o aumento das secreções gástricas, salivar e biliar, promovendo o funcionamento do fígado. Essas propriedades a tornam uma opção valorizada em diferentes sistemas de medicina tradicional, principalmente para tratar infecções gastrointestinais e outras doenças associadas a parasitas.
Preparar o chá de losna é simples, mas é importante atentar para a dosagem recomendada, uma vez que a planta pode ser tóxica em excesso. Siga o passo a passo abaixo para uma infusão segura:
Ingredientes: 1 a 2 colheres de chá da folha seca de losna e 200 ml de água.
Preparo: ferva a água, desligue o fogo e adicione as folhas.
Infusão: tampe o recipiente e deixe o chá em infusão por cerca de 10 minutos.
Coar e servir: coe e consuma o chá ainda morno, preferencialmente até 30 minutos antes das refeições.
Devido à presença da tuiona, um composto tóxico, o chá de losna não é indicado para crianças, gestantes, lactantes e pessoas com doenças hepáticas.
Além disso, o consumo não deve ultrapassar duas semanas consecutivas sem orientação médica. “Uma dose segura para o chá é de uma a duas colheres de chá da folha seca por xícara, com limite de duas a três xícaras ao dia”, orienta Donadelli.
Kulibaba reforça que pessoas com úlceras gástricas, obstrução biliar ou alergia a plantas da família Asteraceae também devem evitar o chá.
Segundo as especialistas, a losna continua a ser objeto de estudos, que buscam entender suas propriedades e ampliar as aplicações medicinais da erva. No entanto, para um consumo seguro, é fundamental que a ingestão de losna seja moderada e acompanhada por um profissional de saúde.