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Publicado em 27/03/2024 19:25:40 • Meteorologia

Quando o La Niña chega?

Modelos climáticos indicam a formação do fenômeno no segundo semestre de 2024
Foto: Fernando Dias / Seapi/RS

O fenômeno climático La Niña pode chegar ao Brasil no segundo semestre de 2024, de acordo com a previsão do boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs). A probabilidade é de 60%.

A previsão é que o clima passe por um período de neutralidade antes da possível formação do La Niña, fenômeno se caracteriza pela queda de mais de 0,5 °C na temperatura da porção equatorial do Oceano Pacífico.

De acordo com o boletim trimestral do Copaaergs, o volume de chuvas no Rio Grande do Sul deve variar de normal a acima da média na maioria das regiões entre abril e junho.

No período de abril e maio, o ar mais úmido predomina, enquanto que junho pode ser mais seco, exceto na fronteira com o Uruguai.

No mês de maio, a chuva fica mais concentrada no norte do Rio Grande do Sul.

Eventos com tempestades, rajadas de vento forte e queda de granizo podem ocorrer no estado, mesmo com a perda de intensidade do El Niño.

Os meses de abril e maio devem ser mais chuvosos que junho, em função da passagem de frentes frias, dos ciclones extratropicais e de áreas de instabilidade que se formam especialmente no oeste do estado.

Eventos de frio mais intenso podem ocorrer especialmente no oeste e sul do estado.

Em junho, a chance aumenta na maioria das regiões, inclusive com formação de geadas.

As temperaturas devem ficar um pouco acima da média mais ao norte do estado, especialmente na divisa com Santa Catarina; devem ficar próximas da média no centro e podem ficar ligeiramente abaixo mais ao sul e oeste.

Ou seja, espera-se contraste térmico em função das massas de ar mais quentes que devem predominar no Brasil Central.

 

Planejamento antecipado do plantio

A certeza de dias menos frios e mais secos para o cultivo da safra 2024/2025, no entanto, virá somente em julho, segundo a agrometeorologista e coordenadora do Copaaergs, Loana Cardoso.

A umidade, entretanto, começa a diminuir em junho, exceto na fronteira do Brasil com o Uruguai. A expectativa aponta para um cenário de contraste térmico devido às massas de ar quente do Brasil Central. Enquanto os municípios da região Norte do RS devem registrar temperaturas acima da média, especialmente na divisa com Santa Catarina, eventos de frio abaixo da média são esperados para as zonas Sul e Oeste, onde não está descartada a ocorrência de geadas.

Frente à instabilidade, Loana reforça a orientação de planejamento antecipado ao plantio das lavouras de inverno e ressalta a necessidade de o produtor atentar às previsões de curto prazo.

De acordo com a especialista, ao pensar no plantio dos grãos para este outono, o produtor deve considerar que haverá períodos com sequência de dias chuvosos.

"Assim que definir a área, ele já deve fazer a reserva das sementes mais resistentes à umidade e ao acamamento, pois a procura é grande", alerta.

Da mesma forma, recomenda a utilização de cultivares resistentes a doenças fúngicas e de cultivos em ciclos longo, médio e curto.

Fonte: Canal Rural / Correio do Povo
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