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Publicado em 25/09/2024 21:04:17 • Meteorologia

La Niña fraca deve marcar clima no RS

Boletim aponta chuvas ligeiramente abaixo da média nos próximos três meses
Chuva deverá ser abaixo da média histórica no próximo trimestre (Foto: Fernando Dias)

A ocorrência de um La Niña de fraca intensidade, com chuvas ligeiramente abaixo da média histórica, deve marcar o clima nos meses de outubro, novembro e dezembro, no Rio Grande do Sul

É o que aponta o boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Apesar do prognóstico de chuvas abaixo da média no trimestre, o mês de outubro poderá ter chuva acima da média, especialmente na metade norte do Rio Grande do Sul. Durante o mês, a temperatura também poderá ficar abaixo da média, com chances de geada tardia e maior risco de granizo.

Os meses de novembro e dezembro devem ter chuvas abaixo do normal para o período, com as temperaturas máximas elevadas e possíveis ondas de calor.

O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 16 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.

CULTURAS DE OUTONO-INVERNO PRODUTORAS DE GRÃOS 

Considerando o prognóstico de precipitações ligeiramente acima da normal no mês de outubro seguir monitorando a ocorrência de doenças e incidência de pragas, bem como observar se há necessidade de aplicações de defensivos agrícolas;

Acompanhar a previsão do tempo e estar preparado para colheita assim que os grãos atingirem a maturação.

ARROZ  

Apesar da condição dos reservatórios estarem com suas capacidades próximas ao máximo os produtores devem manter a atenção para questão da captação e armazenamento de água para próxima safra considerando a probabilidade de chuvas abaixo da média em novembro e dezembro;

Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura na próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola, para aproveitar as melhores condições de disponibilidade radiação solar;

Escalonar a época de semeadura de acordo com o ciclo da cultivar, primeiro as de ciclo longo, seguidos das de ciclo médio e precoce;

Para semeaduras até meados de outubro, quando a temperatura do solo for baixa, atentar para que a profundidade da semeadura não seja superior a dois centímetros, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura.

CULTURAS DE PRIMAVERA-VERÃO PRODUTORAS DE GRÃOS

Escalonar a época de semeadura e utilizar genótipos de diferentes ciclos ou diferentes grupos de maturação para minimizar eventuais perdas em função de deficiência hídrica no período crítico, sempre respeitando o zoneamento agrícola;

Para cultura de milho e feijão iniciar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver acima de 16°C e houver umidade adequada do solo;

Para cultura da soja somente iniciar a semeadura quando houver umidade adequada do solo, atentando para o zoneamento, vazio sanitário e calendário de semeadura;

Considerando o prognóstico de chuvas abaixo da média em novembro/dezembro, dar atenção ao manejo de irrigação das culturas;

Para o cultivo em terras baixas adotar o sistema de sulco-camalhão para manejo da drenagem/irrigação;

Atentar para o controle de pragas no milho, especialmente a cigarrinha.

HORTALIÇAS 

Indica-se a produção de mudas em ambiente protegido no sentido de garantir a qualidade das mesmas;

Quando necessário irrigar, proceder pela manhã, priorizando à irrigação por gotejamento;

Para cultivos em ambiente protegido (túneis e estufas), realizar o fechamento ao final do dia e proceder à abertura pela manhã o mais cedo possível no lado contrário ao vento, evitando aumento excessivo da umidade relativa e da temperatura do ar no ambiente interno dos abrigos;

Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar e/ou no solo.

FRUTICULTURA 

Preservar a cobertura verde nos pomares seja por meio de espécies cultivadas ou espontâneas, especialmente para proteção do solo, evitando a erosão e perdas de solo e nutrientes;

Recomenda-se a prática do raleio para ajuste da carga de frutos, conforme as orientações técnicas de cada região/cultivar, para garantir o desenvolvimento adequado dos frutos;

Em função do prognostico de chuvas ligeiramente acima da média em outubro seguir o manejo fitossanitário recomendado para as culturas, com atenção especial a doenças fúngicas;

Considerando os prognósticos de chuva abaixo da media em novembro/dezembro, dar atenção principalmente à incidência de pragas. Com a primavera mais seca, recomenda-se uma maior atenção no monitoramento e controle de ácaros, evitando inseticidas pouco seletivos que afetam os inimigos naturais destes insetos.

Importante também o monitoramento de moscas-das-frutas, adotando o uso de iscas tóxicas;
Considerando o prognóstico de chuva abaixo da média, no estabelecimento de novos pomares deve ser prevista irrigação para evitar a perda de mudas;

Em áreas identificadas com solo compactado, principalmente onde foi necessário fluxo acima do normal de máquinas para o manejo fitossanitário da safra anterior, estabelecer medidas para descompactação dos solos em pomares de macieira;

Investir em sistemas de proteção antigranizo, como telas antigranizo, e/ou seguro agrícola;

Em função do prognóstico de maior risco de ocorrência de granizo, especialmente em outubro, recomenda-se adotar o manejo usual do dossel vegetativo em relação a podas e aplicações de defensivos químicos, em caso de danos severos para não comprometer a produção da safra seguinte.

SILVICULTURA

Adequar o manejo florestal, considerando a possibilidade de precipitação pluvial abaixo da média climatológica;
Em povoamentos florestais, deve ser evitada a adubação mineral ou orgânica com elevadas concentrações de nitrogênio;

Para produção de mudas florestais em céu aberto, caso o viveirista tenha necessidade de aplicar fertilizantes, deve aumentar a relação potássio/nitrogênio da formulação mais indicada para cada espécie e estádio;
Caso o produtor florestal tenha necessidade de realizar o plantio no trimestre outubro/novembro/dezembro, as mudas florestais devem apresentar um sistema radicular bem formado, para garantir maior sobrevivência no campo.

PASTAGENS E PRODUÇÃO ANIMAL

Considerando o prognóstico de precipitação abaixo da media climatológica, a partir do mês de novembro, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, ajuste da lotação animal conforme o crescimento da pastagem para otimizar os recursos disponíveis;

Indica-se manter a lotação animal reduzida nas pastagens de azevém, pois essa ação garantirá uma ressemeadura natural eficiente para o próximo ano, preservando a quantidade e a qualidade do azevém;
Escalonar os períodos de plantio/semeadura das pastagens cultivadas no verão utilizando mudas/sementes de alto vigor, para garantir um crescimento uniforme;

Indica-se fazer silagem/feno de cultivos e pastagens de inverno, visando garantir maior disponibilidade de alimento no verão para as categorias de rebanhos mais exigentes, tendo em vista que o prognóstico de precipitação abaixo da média climatológica pode afetar o crescimento e desenvolvimento das pastagens.

Fonte: Assessoria de Comunicação Seapi/RS
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