Cerro Largo, 02 de maio de 2024. Boa Madrugada!
[email protected] (55) 9.9982.2424
Logomarca LH Franqui
Publicado em 02/04/2024 19:14:20 • Opinião

Eduardo e Mônica

O ser humano em sua condição natural é um ser curioso
Gabriel Leone e Alice Braga no filme Eduardo e Mônica (Foto: Divulgação)

Há alguns anos li uma matéria da revista superinteressante que fazia uma análise "científica" argumentando que o casal Eduardo e Mônica da música do Legião Urbana, sobre duas pessoas completamente diferentes, não daria certo na vida real. Algo sobre eles serem opostos demais para sustentar um relacionamento de longo prazo. A matéria é uma brincadeira, mas levanta duas questões que irei abordar hoje: como a internet nos tirou o prazer de alguns mistérios e nossa obsessão por respostas.

O ser humano em sua condição natural é um ser curioso, cheio de inquietações e perguntas acerca de sua realidade. Quando nascemos, tudo é novidade, não sabemos distinguir o bom do ruim, o bem do mal, o certo do errado, a Simone da Simara, etc e etc. Perguntas geram respostas que por sua vez geram mais perguntas. A vida é um mistério em aberto e existe algo de prazeroso nesse ciclo de tentar entender o que não é compreensível. Mas o mundo de hoje dificulta manter o ciclo. Chegamos a um ponto em que a curiosidade é algo que não se renova mais, porque o Google, o Facebook e o Instagram entregam (quase) tudo que a gente procura. Se estou com um grupo de amigos em um bar e do nada surge uma pergunta curiosa como “por que sabonete colorido tem espuma branca?” ou “por que os dias da semana acabam com ‘feira’?”, em apenas alguns cliques minha resposta já é saciada, enquanto que se eu estivesse nos anos 90 teria que percorrer bibliotecas pelo mundo em busca da verdade.

A tecnologia ainda pode reforçar nossa necessidade de controle através da informação, o que potencializa inseguranças. Se eu pauto que minha relação com fulana não vai dar certo porque de acordo com um estudo de universidade norte-americana as loiras não dão certos com caras altos, por exemplo, estou deixando que o algoritmo decida meu destino por mim, assim como o marido que tem a necessidade de checar as redes sociais da esposa em busca do suposto adultério, só para citar outro exemplo.

Mas mesmo com todas essas desvantagens, não significa que a tecnologia seja algo eminentemente ruim, o problema está mesmo é nas pessoas. Voltando a falar sobre Eduardo e Mônica, lembro de uma história curiosa que ouvi quando entrei na faculdade uma década atrás. Um rapaz foi dar em cima de uma moça, quando perguntou seu nome, ela disse "Eduarda" e ele "Prazer, Monico". Não é preciso ser cientista para saber que esse casal não deu certo…

 

(*) Leonardo é Psicólogo e atende em Cerro Largo

Fonte: Leonardo Stoffels / Psicólogo
Eduardo e Mônica
CONTINUE LENDO
Receba nossas notícias pelo WhatsApp